GOVERNADOR DO BNA PODERÁ SER SACRIFICADO



Fonte: F8

Nos últimos tempos, o Banco Nacional de Angola (BNA), entidade responsável para o asseguramento e a preservação do valor da moeda nacional, segundo a Lei n.º 16/10, de 15 de Julho, tem sido alvo de críticas severas por parte de consultores económicos nacionais e internacionais, face a alegada incapacidade revelada pelo seu mais novo governador, na criação de políticas monetárias, financeira e cambial. 

Para muitos consultores, técnicos da banca e não só, a nomeação de Walter Filipe a governador do referido banco central, foi um dos maiores erros estratégicos de política económica realizada por José Eduardo dos Santos, enquanto Titular do Poder Executivo.

Já outros entendem que o estadista angolano terá sido traído pelos diplomas académicos exibidos por este e por lobistas que intercederam a favor do mesmo.

Entretanto, como diz o adágio popular: «o que está feito está feito», para mitigar o erro que só adicionou mais desgastes a sua própria imagem, José Eduardo dos Santos afastou (silenciosamente) o jurista do referido posto, faltando somente oficializar a exoneração, que, de acordo a nossa fonte, poderá fazê-lo antes do mês de Dezembro do presente ano.

Mas em abono da verdade, vale dizer que Walter Filipe, jurista e ex-seminarista católico, não só foi agraciado com a tão cobiçada nomeação por ser dono de um curriculum invejável ou por ter publicado um livro esclarecedor sobre a crise e a banca, intitulado: “O Banco Nacional de Angola e a crise financeira”, mas também, sobretudo, por se ter revelado um defensor tenaz às iniciativas do Executivo.

Tais qualidades conjugadas fizeram-no parecer o «Messias» capaz de retirar as famílias angolanas da actual hecatombe financeira. Ledo engano.

Posto no cargo, Walter Filipe revelou-se num autêntico desastre. “Até o FMI se solidarizou connosco. Os técnicos do Fundo Monetário Internacional foram os primeiros a manifestar descontentamento pela nomeação”, explicou a nossa fonte, acrescentando, que, “aquela respeitada instituição respeita a nomeação de Walter Filipe, mas garantiu «que tal desprestigia a banca angola». Quem o diz é uma entidade estrangeira que tão pouco sente na pele o que realmente sentimos”, disse.


Compadrio na escolha de quadros


Por além dos adjectivos acima referidos, Walter Filipe é ainda acusado de nomear quadros para cargos superiores em função da “afinidade”, em detrimento do mérito.

A referida denúncia surgiu no seguimento das últimas nomeações na qual o governador do BNA indicara Sihanouk Lopes Teixeira Fortuna (seu amicíssimo), para exercer o cargo de Director do Gabinete de Intercâmbio e Relações Internacionais (GRI) do banco supra.

Fazendo fé nas informações postas a circular, Sihanouk Lopes Teixeira Fortuna é um analista político dos órgãos de comunicação social públicos e igualmente funcionário da Casa Civil da Presidência da República.

“Não invejamos ninguém, somente acreditamos que as nomeações devem ter o mérito como critério, não o contrário”, desabafou outra fonte, tendo garantido que o Banco Nacional de Angola nunca esteve tão “descredibilizado” diante das instituições e das famílias como no presente.


Walter preterido em favor do Vice em reuniões importantes


Face a alegada inexperiência de Walter Filipe, no ramo bancário, o estado angolano tem nalgumas vezes destacado para negociações com instituições internacionais, o vice-governador do banco central, Gualberto Manuel Amaro  Lima Campos, por este ser, dizem as fontes, um dos mais reputados economistas angolano.

O mesmo licenciou-se em França e detém três mestrados, dos quais, dois feitos em França, outro em Columbia.

Gualberto Campos por além de ter exercido funções no aparelho do Estado em Angola, já foi Assessor Principal do Director Executivo do Fundo Monetário Internacional, em Washington, e chegou a ser Consultor do Banco Mundial.

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