“UNITA salvou polícias no Cubal”, diz Adalberto da Costa

UNITA ARRASA VERSÃO OFICIAL

Adalberto da Costa Júnior, líder Parlamentar da UNITA


O Ministério do Interior de Angola (que é parte activa e integrante do Comité de especialidade do MPLA) veio a terreiro no dia 27.06, através do seu director do Gabinete de Estudos, Informação e Análise, comissário Aristófanes dos Santos, dizer o que todos esperavam. Ou seja, a culpa dos incidentais mortais em Benguela é da UNITA.

Fonte: F8
Texto de: William Tonet e Orlando Castro
Aristófanes dos Santos é dos melhores peritos que o regime de sua majestade o rei de Angola, José Eduardo dos Santos, tem à sua disposição. Ninguém é tão eloquente ventríloquo e mímico. Finge que pensa, finge que fala, mas o que se ouve é a voz do seu patrão.
Assim, segundo o recado que mandaram Aristófanes dos Santos transmitir, “os militantes da UNITA é que provocaram a desordem, arrancando duas bandeiras do MPLA” e, como convém neste simulacro de democracia e de Estado de Direito, apresenta um rol de supostas testemunhas cuja credibilidade é inquestionável: são todas, mas todas, do MPLA.
Para abrilhantar a farsa, o regime ordenou igualmente que a comunicação social do reino ajudasse a difundir a mentira, convicto que está que uma mentira dita mil vezes acabará por se tornar verdade. Ledo engano.
Em exclusivo, o Folha 8 ouviu Adalberto da Costa Júnior, chefe da delegação a Capupa, Cubal, Benguela, e deputado da bancada parlamentar do Galo Negro.
Folha 8 – Qual o comentário que faz às declarações de Aristófanes dos Santos?
Adalberto da Costa Júnior – Tendo acompanhado ontem a conferência de imprensa efectuada por responsáveis do Ministério do Interior, ficamos com vontade de colocar algumas perguntas que nos ajudarão a perceber que o Inquérito afinal não esclareceu nada do essencial.
F8 – E quais são esses perguntas?
ADCJ – Afinal quem colocou em Cambulo as mais de 250 milícias que nos atacaram? O próprio Comissário Aristófanes adiantou este elevado número de atacantes! Quem os preparou? Quem os avisou da ida dos Deputados?
F8 – Como é que de desenrolou a questão das bandeira?
ACJ – A Comissão que fez o inquérito omitiu que as bandeiras do MPLA estavam colocadas na residência de um militante da UNITA. Não estavam nem em terrenos públicos, nem em terrenos pertencentes ao MPLA!
F8 – Certo. Mas foi a retirada das bandeiras que originaram os confrontos…
ACJ – Sim, segundo o Comissário Aristófanes os ataques deveram-se à retirada das bandeiras! Ora, como foi possível eles prepararem 8 quilómetros de emboscadas, em meia hora que foi o tempo que durou a retirada das bandeiras da casa do militante da UNITA e a minha ordem de as colocar lá de novo (apesar de termos toda a legitimidade em podermos retirá-las)?
F8 – Parece, de facto, uma argumentação pouco fiável por parte do Comissário Aristófanes dos Santos?
ACJ – Quem acredita que em meia hora se mobilizam 250 homens, armados com catanas, zagaias e flechas, porrinhos, com tempo de cortar árvores de grande porte e atravessá-las em vários pontos da estrada? Talvez o “speed gonzalez”, personagem do livro de quadradinhos, fosse capaz de tais movimentos simultâneos, mas impossíveis num mundo real.
F8 – Porque é que o Ministério do Interior está a proteger milícias, que existem ilegalmente e realizam ataques contra Deputados? A quem o Ministério do Interior está a querer proteger?
ACJ – Pois é. São muitas as perguntas e nulas as respostas. Junto, aliás, mais algumas questões: Quem são afinal os mandantes que obrigam a tão grosseiras montagens? A incorrer em riscos tão perigosos, como o exercício a que ontem assistimos e que não é mais do que um sério aviso de que ninguém, absolutamente ninguém estará seguro quando em causa estiverem interesses do partido no poder, habituado a tudo pisar e nada respeitar?
Todo este imbróglio, que só o é porque as autoridades angolanas não estão ao serviço do pais mas, antes, às ordens do MPLA, legitimam muitas dúvidas e interrogações.
Será que estes senhores, que nos serviram tão repugnante exercício de incompetência, reflectiram bem ao pretenderem ser juízes em causa própria? Pode o Ministério do Interior, que já nos tinha servido um Comunicado cheio de falsidades, voltar a efectuar outro triste trabalho, onde os atacantes foram juízes e onde se pretende julgar quem permitiu que hoje aqui estivéssemos vivos? Estes que agiram sempre dentro do mais absoluto rigor, a quem por mais que tentem não conseguirão imputar qualquer desvio ao Direito e à Lei.
Adalberto Costa Júnior pergunta: “Será que todo este triste exercício resulta do facto de terem falhado a missão e de estarmos vivos?”
E acrescenta: “Como é que um servidor público e um oficial da Polícia Nacional pode diferenciar o valor da vida e sugerir: “remeter à magistratura um processo crime aos autores dos disparos que causaram a morte de 2 cidadãos”; e nada remeterem contra quem atacou deputados e provocou o morte de um outro cidadão?”
Ao que parece, o Ministério do Interior legitima e autoriza que se assassine cidadãos quando em causa está a retirada de bandeiras, tal como dá cobertura a que deputados sejam atacados, desde que os parlamentares não sejam do MPLA.
Ao que tudo indica, o alvo do ataque de Capupa, era o Presidente do Grupo Parlamentar da UNITA! Nesse contexto, a UNITA exigiu uma Comissão de Inquérito Multidisciplinar e o seu natural espaço de realização deverá ser a Assembleia Nacional.
Quando o Presidente do Grupo Parlamentar da UNITA chegou a Luanda, foi por sua iniciativa recebido pelo Presidente da Assembleia Nacional e antes de realizar a primeira conferência de imprensa, também por sua iniciativa encontrou-se com o Ministro do Interior. Ambos solicitaram a entrega, por escrito, do relato efectuado. Este documento foi naturalmente entregue ao Presidente da Assembleia Nacional. Já a sua entrega ao Ministro do Interior mereceu alguma interrogação, pelo precedente de falsidades do comunicado do Ministério do Interior em Benguela. Ainda assim a UNITA decidiu-se pela entrega.
No mesmo âmbito o Presidente da UNITA escreveu ao Presidente da República e manteve também um encontro com o Ministro do Interior.
Há, de facto, muitas coisas que o Ministério do Interior ignora ou, deliberadamente, omite. Exemplos: Foras as armas recuperadas à polícia que permitiram resgatar da mão dos atacantes, 3 membros da delegação e também o polícia ferido pelos atacantes, que foi transportado numa carrinha dos membros da delegação da UNITA? Como é que os Deputados conseguiram atingir o carro da polícia que os trouxe depois? Saberá que os deputados tiveram de correr entre os atacantes e desviar-se de catanas e flechas? Os deputados depois de atingirem o carro da polícia, os agentes da polícia tiveram que abrir caminho a disparar e não foi sempre para o ar?

A versão de quem manda

Aristófanes dos Santos explicou que os disparos indiscriminados dos militantes da UNITA terão atingido mortalmente os cidadãos Faustino Catumbela e Sabonete Katchiendo, militantes do MPLA, de 40 e 42 anos, respectivamente.
Aristófanes dos Santos disse que ficou concluído que o cerne da questão, que terá dado lugar a toda estas situações, terá sido o facto de os militantes da UNITA terem removido duas bandeiras do partido MPLA, facto que levou os militantes do partido no poder a revoltarem-se, originando tumultos.
Aristófanes dos Santos
Tal situação, esclareceu, “culminou em agressões múltiplas entre as partes, utilizando objectos contundentes e de arremesso, acção que se generalizou, conforme referiu a maior parte dos declarantes nos autos”.
Aristófanes dos Santos referiu que os declarantes foram unânimes em afirmar que os dirigentes da UNITA, entre os quais o deputado Adalberto da Costa Júnior e a secretária municipal deste partido no Cubal pediram incessantemente que os efectivos da Polícia efectuassem disparos para o ar, com vista a afugentar os supostos agressores.
A comissão constatou que a situação relacionada a uma família que estaria a ser supostamente maltratada por outra na localidade de Cambulo era um assunto meramente familiar de sucessão de trono tradicional.
Segundo o comissário Aristófanes dos Santos, tal assunto deve ser tratado no fórum tradicional e não da responsabilidade dos partidos políticos.

Em função disso, o Serviço de Investigação Criminal (SIC) no município do Cubal procedeu à abertura do processo-crime em que é participante o secretariado do comité municipal da UNITA, por actos de agressões físicas, danos materiais, fogo posto e ofensas corporais que resultaram em morte.

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Adalberto da Costa responde ao inquérito do MININT


Íntegra do discurso do Presidente da Bancada Parlamentar da UNITA

Caros Jornalistas,
Tendo acompanhado ontem a conferência de imprensa efectuada por responsáveis do Ministério do Interior, ficamos com vontade de colocar algumas perguntas que nos ajudarão a perceber que o Inquérito afinal não esclareceu nada do essencial.
Começamos por uma das mais importantes. Afinal quem colocou em Cambulo as mais de 250 milícias que nos atacaram? O próprio Comissário Aristófanes adiantou este elevado número de atacantes!
 Quem os preparou? Quem os avisou da ida dos Deputados?
A Comissão que fez o inquérito omitiu que as bandeiras do Mpla estavam colocadas na residência de um militante da UNITA. Não estavam nem em terrenos públicos, nem em terrenos pertencentes ao Mpla!
Mas segundo o Comissário Aristófanes os ataques deveram-se à retirada das bandeiras! Como foi possível eles prepararem 8 kms de emboscadas, em meia hora que foi o tempo que durou a retirada das bandeiras da casa do militante da UNITA e a minha ordem de as colocar lá de novo (apesar de termos toda a legitimidade em podermos retira-las)?
Quem acredita que em meia hora se mobilizam 250 homens, armados com catanas, zagaias e flechas, porrinhos, com tempo de cortar árvores de grande porte e atravessa-las em vários pontos da estrada? Talvez o “ speed gonzalez” personagem do livro de quadradinhos, fosse capaz de tais movimentos simultâneos, mas impossíveis num mundo real.
Agora vai a pergunta maior: porque é que o Ministério do Interior está a proteger milícias, que existem ilegalmente e realizam ataques contra Deputados? A quem o Ministério do Interior está a querer proteger?
Quem são afinal os mandantes que obrigam a tão grosseiras montagens? A incorrer em riscos tão perigosos, como o exercício a que ontem assistimos e que não é mais do que um sério aviso de que ninguém, absolutamente ninguém estará seguro quando em causa estiverem interesses do partido no poder, habituado a tudo pisar e nada respeitar?
Será que estes senhores, que nos serviram tão repugnante exercício de incompetência, refletiram bem ao pretenderem ser juízes em causa própria? Pode o Ministério do Interior, que já nos tinha servido um Comunicado cheio de falsidades, voltar a efectuar outro triste trabalho, onde os atacantes foram juízes e onde se pretende julgar quem permitiu que hoje aqui estivéssemos vivos? Estes que agiram sempre dentro do mais absoluto rigor, a quem por mais que tentem não conseguirão imputar qualquer desvio ao Direito e à Lei.
Será que todo este triste exercício resulta do facto de terem falhado a missão e de estarmos vivos?
Como é que um servidor público e um oficial da Polícia Nacional pode diferenciar o valor da vida e sugerir: “remeter à magistratura um processo crime aos autores dos disparos que causaram a morte de 2 cidadãos”; e nada remeterem contra quem atacou deputados e provocou o morte de um outro cidadão?
Desculpem, senhores jornalistas, será que os senhores ontem ouviram a intenção de responsabilizar alguém que atentou contra a outra vida perdida? Terá esta vida menos valor? Terão aquelas mais valor por serem militantes do partido no poder?
Mas, analisado pelo absurdo, ficou claro que o Ministério do Interior autoriza assassinar cidadãos quando em causa está a retirada de bandeiras! Autoriza atacar Deputados e desprotegê-los quando os atacantes são numerosos! Não há qualquer responsabilização contra estes factos, que constituem crime.
Foram estas as conclusões desta extraordinária e incompetente Comissão de Inquérito! Tristes conclusões que atentam contra a nossa Constituição e ferem a mais elementar regra de decência!
Senhores Jornalistas,
O Grupo Parlamentar da UNITA tem efectuado imensos trabalhos de auscultação à diferentes comunidades do nosso país; tem efectuado inúmeras intervenções sob os mais variados assuntos de interesse nacional; tem-se movimentado bastante e tem sobre a mesa da AN a solicitação da criação de 2 Comissões Parlamentares de Inquérito: uma exactamente sobre Capupa e outra sobre a SONANGOL. Tem efectuado conferências de imprensa, bastante fundamentadas, com aspectos relevantes da governação, como foram os casos da situação sanitária e da rede viária do país, com o destapar de gestão incompetente e de gritantes desvios de fundos praticados por muitos dos actuais governantes.

Senhores jornalistas
São muitos aqueles que nos dizem que o alvo do ataque de Capupa, era o Presidente do Grupo Parlamentar da UNITA! Nós precisamos de respostas sérias e responsáveis das nossas autoridades. Por essa razão exigimos uma Comissão de Inquérito Multidisciplinar e o seu natural espaço de realização deverá ser a Assembleia Nacional.
Senhores Jornalistas,
Quando o Presidente do Grupo Parlamentar da UNITA chegou a Luanda, foi por sua iniciativa recebido pelo Presidente da Assembleia Nacional e antes de realizar a primeira conferência de imprensa, também por sua iniciativa encontrou o Ministro do Interior. Ambos solicitaram a entrega, por escrito, do relato efectuado. Este documento foi naturalmente entregue ao Presidente da Assembleia Nacional. Já a sua entrega ao Ministro do Interior mereceu alguma interrogação, pelo precedente de falsidades do comunicado do Ministério do Interior em Benguela. Ainda assim decidiu-se pela entrega.
Também o Presidente da UNITA escreveu ao Presidente da República sobre este grave assunto e manteve também um encontro com o Sr Ministro do Interior.
Pensamos que o Ministro do Interior, numa acção ética, deveria retribuir o tratamento que mereceu da UNITA, e partilhar o conteúdo final do inquérito. Talvez até enviá-lo antes da conferência! Mas nada disso fez, porque desconhece a importância destas acções. Nós lamentamos profundamente. Afinal temos mesmo, modos e praticas muito diferenciadas no que respeita à ética!
Importa dizer também que o Sr Comissário Aristófanes alterou intencionalmente toda a dinâmica dos factos! Porque o fez? Nós fomos verbalmente agredidos e ameaçados desde a chegada ao local de Cambulo. As milícias estavam a nossa espera e algumas delas, pelos dados que nos vão chegando foram transportadas para ali de municípios bem distantes.
Há reportagem de outros funerais que não interessaram a Comissão de inquérito. Porquê?
Qual a expressa intenção do chefe da Comissão inventar uma causa artificial aos ataques de que fomos alvo?
Por acaso este Comissário sabe que foram as armas recuperadas à polícia que permitiram resgatar da mão dos atacantes, 3 membros da delegação e também o polícia ferido pelos atacantes, que foi transportado numa carrinha dos membros da delegação da UNITA?
Por acaso o Comissário, tão ágil em conclusões, sabe como é que os Deputados conseguiram atingir o carro da polícia que os trouxe depois? Sabe que os deputados tiveram de correr entre os atacantes e desviar-se de catanas e flechas? Sabe que depois de atingirmos o carro da polícia, os agentes da polícia tiveram que abrir caminho a disparar e não foi sempre para o ar?
Lanço aqui um apelo: acabem com a impunidade e levem aos tribunais os inúmeros autores de vários crimes naquela região. A protecção aos criminosos é um forte incentivo á realização de novos crimes.
O encontro que os Deputados mantiveram com o Procurador do Cubal, antes de partirem para Capupa, foi para se inteirarem das razões porque 10 anos de agressões, com sete mortes de membros da UNITA, com a sistemática destruição de instalações do partido, destruição de bandeiras, nunca chegaram a julgado?
 O nosso país tem um problema enorme, resultante da sobreposição da função de 1º Secretário com a de Administrador. Os Administradores comportam-se partidariamente na interpretação da sua missão e acabam por arrastar as instituições que deles dependem para praticas idênticas. Daí a partidarização das autoridades tradicionais e à desarmonia nas nossas aldeias! A maioria dos incidentes que perturbam as comunidades resultam dessa opção do Partido de regime. O Mpla vai responder perante a história por esta inquietação nacional. De nada vale hoje a manipulação dos órgãos de comunicação social que respondem aos chefes do regime!
Como balanço:
O Ministério do Interior mentiu quando disse não ter sido informado!
Foi o Presidente do Grupo Parlamentar quem entregou ao Ministro a Acta elaborada pelo Comando da Polícia do Cubal a afirmar o conhecimento atempado de todo o itinerário! Afinal tinham conhecimento. Porque mentiram?
O Ministério engana intencionalmente quando esconde que as bandeiras do Mpla estavam na residência de um membro da UNITA!
O Ministério mente quando diz que o ataque começou com a retirada das bandeiras!
O Ministério não sabe porque intencionalmente não tinha colocado no relatório escrito, porque guardei alguns factos para o inquérito imparcial; mas o polícia ferido foi transportado do local do ataque até Capupa num carro dos membros da UNITA, agora acusados pela Comissão!
O CMDT da polícia do Cubal foi transportado do local do ataque até Capupa num carro dos membros da delegação da UNITA, pelos mesmos também agora acusados de crime pela Comissão!
A História vai-vos julgar como uma geração de governantes incapazes de realizar a reconciliação nacional. São demasiadas as mortes a que vocês fecham os olhos! São demasiados os inocentes que o regime envia para os calabouços, acusados de crimes que não cometeram!

Temos a obrigação de deixar aos nossos filhos, à geração vindoura um país melhor para se viver.

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Dos Santos tornou-se mentiroso?

Fonte: Lusa/Club-k.net/D.Políticas
Presidente da República discursando no Luena
O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, disse na cidade do Luena, durante a abertura da reunião das comissões da Economia e para a Economia Real do Conselho de Ministros, que a Sonangol não tem contribuído para o Tesouro do Estado há cerca de seis meses, mas segundo os dados do Ministério das Finanças postos a circular, a referida empresa estatal garantiu cerca de 60 por cento de todas as receitas do Estado com a exportação de petróleo em Maio.
No entanto, a existência de tal discrepância-informativa quanto a gestão da coisa pública entre o Titular do Poder Executivo e seus auxiliares preocupa profundamente a população, entretanto, ou o “camarada” Presidente decidiu passar a mentir os pobres, com objectivo de torna-los mais mansos, ou os seus auxiliares têm-no, deliberadamente, omitido diferentes factos.   
No caso vertente, os dados do MINFIN acrescentam ainda que em Abril do presente ano, a Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) arrecadou Kz65 mil milhões (USD392,7 milhões) em receitas para o Estado, registo que em Maio de 2015 foi de apenas Kz 43,6 mil milhões (USD 263,4 milhões).
Cada barril de crude produzido em Angola custa actualmente em média USD 14, valor que a nova administração da concessionária estatal Sonangol, liderada por Isabel dos Santos, quer reduzir para “oito a dez dólares”.
A posição foi transmitida a 9 de Junho pelo presidente da comissão executiva da Sonangol, Paulino Jerónimo, questionado pela agência Lusa no final de uma reunião na sede da empresa com as administrações das petrolíferas internacionais que operam em Angola.
Estas disponibilizaram-se para participar no processo de redução de custos, no âmbito da reestruturação e ganhos de eficiência anunciados por Isabel dos Santos para a concessionária estatal.
“Tendo em conta todos os operadores, o nosso custo em média [por barril] é de 14 dólares e dito isso devem compreender que precisamos de fazer um esforço maior em termos de redução. [O valor desejado pela Sonangol é] Oito a dez dólares”, disse ainda o administrador executivo da petrolífera estatal no final de uma reunião em que participou igualmente a presidente do conselho de administração, Isabel dos Santos, também empossada nas funções a 6 de Junho.
Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África subsariana, com cerca de 1,7 milhões de barris de crude produzidos diariamente no onshore e offshore. Contudo, o aumento da produção nos últimos meses contrasta com a quebra na cotação do barril de crude no mercado internacional, que caiu dos mais de USD 100 em 2014 para menos de 30 no início deste ano, cifrando-se nos últimos dias acima dos 50.
 Daí que, enfatizou o presidente da comissão executiva da Sonangol, a redução de custos seja “muito importante”, tendo em conta que, sem isso, “qualquer projecto em Angola, neste momento, não terá sucesso”.
“Necessariamente, os custos de produção terão que ser reduzidos para permitir novos projectos”, sustentou Paulino Jerónimo, afastando “de princípio” a necessidade de revisão dos contratos de partilha de produção com as operadoras.
“Primámos pelo princípio da estabilidade”
A petrolífera estatal apresentou uma queda de 34 por cento na receita do ano passado, face a 2014, registando igualmente uma descida dos lucros na ordem dos 45 por cento, atribuíveis principalmente à queda do preço do petróleo.
A receita total da Sonangol em 2015 foi de Kz 2,2 biliões (USD 13,2 mil milhões).
Depois de tomar posse como presidente do conselho de administração e administradora não executiva da Sonangol, a empresária e filha do chefe de Estado, Isabel dos Santos, explicou que o modelo de reestruturação da empresa prevê a criação de uma holding operacional, outra de apoio e serviços logísticos e a função concessionária do sector petrolífero propriamente dito, para “aumentar a rentabilidade, a eficácia a transparência” da empresa.




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UNITA votou na “letargia política”

Os mais influentes membros da UNITA
Pese embora já terem passados mais de cinco meses, os resultados eleitorais internos saídos do XIIº Congresso Ordinário da União Nacional para Independência Total de Angola (UNITA), realizado entre os dias 3 a 5 de Dezembro de 2015, no Complexo Sovismo, em Luanda, estão a ter repercussão negativa na vida social, económica e política do país.
Pois, independentemente do que se possa afirmar, o Galo Negro é, até aqui, o maior “Partido de Massas” na oposição em Angola, e em face disso, por mais que finja, o regime o treme, sempre que este decida fazer uso de seu poder.
Mas infelizmente, muitos dos militantes do Galo Negro não têm noção da dimensão do partido em que militam, tão pouco da simpatia que o povo nutre por ele.
Daí, fazerem descaso da importância de ter um líder forte, criativo, que possa frear certos apetites (impopulares e inconstitucionais) dos membros e do próprio Titular do Poder Executivo, José Eduardo dos Santos.
Entretanto, desde o 9º Congresso Ordinário da UNITA, no qual o General Paulo Lukamba Gato saiu derrogado, muito por culpa dele mesmo, que a República de Angola começou a regredir muito rapidamente no campo das liberdades (expressão, imprensa, escolha política etc) e democracia, ao ponto de chegarmos ao ridículo de pisotearmos as cláusulas pétreas da Constituição da IIª República.
Ora, as cláusulas supra são limitações materiais ao poder de reforma da Constituição de um Estado. Em outras palavras, são dispositivos que não podem ser alterados, nem mesmo por meio de emenda, tendentes a abolir as normas constitucionais relativas às matérias por elas definidas.
Portanto, fazendo fé nas informações postas a circular, foi o MPLA que aquando das alterações à Lei constitucional introduzidas em 1991, que insistiu para que tal instrumento constasse na Constituição, porque temia que a UNITA vencesse as eleições com maioria que a permitisse realizar emendas constitucionais de acordo o seu cumprimento e largura.
No entanto, como já se tornou cediço as “bicadas” por tudo quanto é norma por parte do partido governante, os deputados do MPLA, numa acção arrojadamente irresponsável, inconstitucional e antipatriótica, aprovaram o ante-projecto de Constituição da República de Angola (lavrado pela Presidência da República) que por além de ter dado entrada à Comissão Constitucional da Assembleia Nacional fora dos prazos estabelecidos, violou vergonhosamente o espírito e a letra das cláusulas pétreas da anterior constituição.
Isaías Samakuva, presidente do Galo Negro
Após esta obra indigna, outros males foram-se multiplicando, cimentou-se a exclusão no acesso à educação académica de qualidade, no acesso à saúde, água, energia eléctrica, multiplicaram-se também os actos de intolerância política, causando inclusive mortes não só de militantes de partidos políticos, bem como de cidadãos comuns.
Ante tamanho descaso governativo evidentemente indefensável para pessoas sérias, a UNITA e seu líder, Isaías Samakuva, imbuídos na estratégia que se pode depreender em ver, ouvir, sentir e calar, mantêm-se indiferentes.
No entanto, até para o MPLA é importante que Angola tenha partidos e líderes na Oposição com imaginação e criatividade, cuja acção impeliria o Executivo e seu Titular a gerir melhor a coisa pública.
Mas os militantes do Galo Negro deixaram deliberadamente escapar esta sagrada oportunidade ao depositarem mais um voto de confiança ao ilustre Isaías Henrique Ngola Samakuva, neste último Congresso.
Em consequência deste acto, continuamos na mesma estaca. Desviam-se milhões de dólares doados para a saúde, crianças morrem por falta de medicamentos nos hospitais, a crise económica, financeira e cambial faz-nos morada, e em face disso, muitos perderam seus postos de trabalho, a fome aperta e em contrapartida aumentam-se os casos de pedofilia, portanto, são tantos males que cá já não teriam lugar, caso a UNITA (a única formação que pode dar um basta nisso) tivesse uma liderança diferente.


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Ex-presidente do PS-Portugal com prejuízo de milhões de euros

Fonte : MSN
A campanha de Maria de Belém para as últimas eleições presidências deixou dívidas no valor de 447 mil euros. As contas foram divulgadas esta quarta-feira pela Entidade das Contas e Financiamentos Políticos que funciona junto do Tribunal Constitucional.
Os números entregues a 6 de junho pela candidatura revelam que nessa data esta apenas tinha como ativo 11,77 euros de depósitos bancários e um passivo de 447.628 euros, quase tudo relativo a fornecedores.
Recorde-se que devido ao fraco resultado eleitoral, 4,24% dos votos, Maria de Belém não teve direito ao esperado subsídio público entregue aos candidatos com mais de 5% dos votos, numa falta de receita que desequilibrou completamente as contas.
Ao todo, a candidata gastou 541 mil euros, menos 17% do que tinha orçamentado, mas teve de receita apenas 90 mil euros em resultado de angariações de fundos. A previsão inicial da candidatura apontava para uma receita total de 895 mil euros.
A TSF contactou Maria de Belém que remeteu qualquer esclarecimento para o mandatário financeiro da candidatura.
As contas agora reveladas pela Entidade das Contas e Financiamentos Políticos revelam ainda que Sampaio da Nóvoa foi o candidato com mais despesas na tentativa de chegar a Belém: 924 mil euros. Seguem-se Edgar Silva (581 mil euros), Maria de Belém (541 mil euros) e Marisa Matias (303 mil euros).
Com despesas de 245 mil euros, Henrique Neto é outro candidato, além de Maria de Belém, que também apresenta um passivo elevado de 180 mil euros.
Quanto ao presidente eleito, Marcelo Rebelo de Sousa gastou apenas 179 mil euros, números que apenas ficam acima dos registados por candidatos muito menos votados: Paulo Morais, Cândido Ferreira, Vitorino Silva e Jorge Sequeira.
Entre estes candidatos menos votados, Paulo Morais é o único com um prejuízo de campanha elevado, com um passivo de 47 mil euros.



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João Paulo ameaça processar Jornal A República


O sociólogo e jornalista João Paulo Nganga ameaçou, durante o jornal da Zimbo do dia 19 de Junho do presente, que irá processar o jornal A República, por este ter, na sua última edição, noticiado que o reputado escriba terá recebido um milhão de dólares para persuadir a sociedade a acreditar que a nomeação de Isabel dos Santos à Presidente do Conselho de Administração da Sonangol é positiva para o interesse nacional e constitucionalmente aceite.
Pois, a matéria em si, faz-nos recordar os velhos truques de marketing político utilizados pelos países ocidentais, durante a guerra fria, que se consubstanciava em colocar na maior grelha televisiva, os actores sociais mais populares com objectivo de convencer a população de que as políticas traçadas (ainda que impopulares) pelos governos eram necessárias para manter o estado forte e unificado.
Mas no caso vertente, João Paulo Nganga nega servir interesses difusos e considera a notícia do A República de péssimo exercício jornalístico. No entanto, durante o jornal da zimbo, em que fora convidado para analisar diversos temas, Nganga garantiu não ter recebido nada em troca de seu saber e consciência, e que se recebesse o alegado um milhão de dólares, seria bom para ele e sua família.

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Segundo Ryan: Trump poderá ser corrido pelos delegados


Paul Ryan, actual líder da Câmara dos Representantes, e tido como o homem mais forte dos republicanos, nos EUA, diz que continua a apoiar o magnata Donald Trum, mas alerta que os delegados poderão correr com o pré-candidato caso não mude de postura.
Donald Trump
fonte: euronews

A desesperada estratégia no interior do Partido Republicano para travar a nomeação de Donald Trump pode até estar destinada ao fracasso desde o início, mas alguns dos mais altos responsáveis do partido já não conseguem disfarçar que gostariam de dormir descansados sem terem o magnata do imobiliário a causar-lhes pesadelos.
Um dos que tem passado mais noites em branco por causa da mais do que provável possibilidade de Trump vir a ser confirmado como representante oficial do Partido Republicano é Paul Ryan, nada mais, nada menos do que o líder da Câmara dos Representantes e, por inerência, n.º 2 na lista de sucessão do Presidente dos Estados Unidos, a seguir ao vice-presidente do país.
Na qualidade de líder da Câmara dos Representantes (a câmara baixa do Congresso norte-americano; a câmara alta é o Senado, cujo líder é, por inerência, o vice-presidente dos EUA, o Democrata Joe Biden), Paul Ryan é quem ocupa o mais alto cargo entre todos os membros do Partido Republicano no actual panorama político dos Estados Unidos.
Paul Ryan
Por isso, a sua evidente falta de confiança no homem em quem os eleitores do seu partido mais votaram nas eleições primárias é sintomática do mal-estar nas mais altas estruturas (aquilo a que Donald Trump e os seus apoiantes costumam chamar o establishment).
Ryan nasceu politicamente com o Tea Party, e foi com o apoio desse movimento mais à direita no Partido Republicano que chegou a ser candidato a vice-presidente ao lado do mais moderado Mitt Romney, em 2012 (Romney é actualmente um dos maiores críticos de Trump). Mas nos últimos anos foi-se afastando do Tea Party e agora é visto como mais um político do talestablishment – chegou a líder da Câmara dos Representantes em finais de Outubro do ano passado e, aos 46 anos, tem uma indisfarçável ambição de concorrer à Casa Branca nas eleições de 2020.
No início de Maio, já depois de se ter tornado evidente que Donald Trump iria alcançar o número de delegados suficiente para ser nomeado candidato oficial na convenção do partido, Paul Ryan causou sensação ao anunciar publicamente que ainda não estava pronto para declarar o seu apoio ao magnata. Esse apoio acabou por chegar, quase um mês depois, ao fim de vários encontros entre as duas figuras e membros das respectivas equipas.
Mas tornou-se evidente que Ryan nunca se sentiu confortável no papel de apoiante de Trump.
No dia 8 de Junho, Paul Ryan disse que Donald Trump tinha proferido declarações racistas, depois de o magnata ter declarado que o juiz Gonzalo Curiel, nascido no estado norte-americano do Indiana, tinha um conflito de interesses e não podia julgar um dos processos interpostos por pessoas que dizem ter sido burladas por uma instituição conhecida como "Universidade Trump" – o motivo desse conflito de interesses, segundo Trump, é que os pais do juiz nasceram no México e o candidato prometeu construir um muro na fronteira com esse país.
O pai de Gonzalo Curiel, Salvador, chegou aos Estados Unidos na década de 1920 e tornou-se cidadão norte-americano. Em 1946, Salvador casou-se no México com Francisca, que se se tornou também cidadã dos Estados Unidos – na mesma década que a mãe de Donald Trump, Mary Anne MacLeod, que nasceu na Escócia. Gonzalo Curiel viria a nascer em 1953 em East Chicago, no Indiana.
Ainda assim, Ryan disse que iria manter o seu apoio ao candidato escolhido pelos eleitores do Partido Republicano, e apelou a Donald Trump que começasse a mostrar uma campanha mais inclusiva, para não alienar o voto de muitas fatias do eleitorado nas eleições presidenciais de Novembro.
Mas o candidato não só manteve o rumo que lhe deu a vitória nas primárias como carregou no acelerador na última semana.
Depois do massacre numa discoteca frequentada pela comunidade LGBT em Orlando, no estado da Califórnia, onde o atirador Omar Mateen matou 49 pessoas, Donald Trump escreveu na rede social Twitter uma mensagem que foi muito criticada no interior do Partido Republicano, considerada insensível e pouco mais do que auto-elogiosa: "Agradeço as felicitações por estar certo em relação ao terrorismo radical islâmico, mas não quero parabéns. Quero firmeza e vigilância. Temos de ser espertos!

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Discurso do PR na abertura da Cimeira da CIRGL


DISCURSO PRONUNCIADO POR SUA EXCELÊNCIA JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS, PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE ANGOLA, POR OCASIÃO DA 6ª CIMEIRA ORDINÁRIA DOS CHEFES DE ESTADO E DE GOVERNO DA CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE A REGIÃO DOS GRANDES LAGOS (CIRGL) Luanda, 14 de Junho de 2016

José Eduardo dos Santos, presidindo a VIª reunião ordinária da CIRGL

EXCELÊNCIAS CHEFES DE ESTADO E DE GOVERNO,
SENHOR SECRETÁRIO-GERAL,
SENHORES MINISTROS,
DISTINTOS DELEGADOS,
ILUSTRES CONVIDADOS,
MINHAS SENHORAS E MEUS SENHORES,
Peço-vos que aceitem os meus cordiais cumprimentos.
A vossa presença no nosso país é um motivo de satisfação para todos os angolanos, que acompanham com muita atenção, respeito e apreço o trabalho que é realizado em prol da resolução dos problemas dos nossos respectivos países e da África em geral.
É para mim um privilégio e uma grande honra acolher os Senhores Chefes de Estado e de Governo da Região dos Grandes Lagos, ou os seus representantes, para tomarmos parte na sua Conferência Ordinária nesta cidade de Luanda, a fim de deliberarmos sobre os problemas actuais e abrirmos novas perspectivas de solução para os resolver.
Dirijo a todos os presentes as boas-vindas e agradeço o facto de terem aceite o meu convite, apesar de ser sempre difícil conciliar os calendários, naturalmente sobrecarregados, de Vossas Excelências.
A pedido dos Estados membros, a República de Angola aceitou continuar a assumir a Presidência da Conferência Internacional dos Grandes Lagos, cumprindo assim mais um mandato a partir deste ano para o período de 2016 a Janeiro de 2018.
Da agenda desta Cimeira constam outros assuntos de natureza organizativa, designadamente a eleição do novo Secretário Executivo, a avaliação do exercício de Angola durante o seu mandato e o balanço sobre o desenvolvimento da situação de paz e estabilidade na Região, em especial na República Centro Africana, na República Democrática do Congo, no Sudão do Sul e no Burundi.
A Região dos Grandes Lagos é parte de África e da Comunidade Internacional.
As grandes dificuldades que afectam o mundo actual têm uma enorme influência na situação de todos os nossos Estados e tornam ainda mais complexa a abordagem e tratamento dos problemas regionais e sub-regionais.
Apesar disso, a CIRGL apresenta um balanço positivo na gestão dos conflitos e diferendos na sua área de actuação.
Foi assim possível conter o agravamento que se verificava antes, levar a cabo iniciativas e mobilizar sinergias em torno da necessidade da reconquista e da preservação da paz e da estabilidade, como condição indispensável para o progresso, quer da Região no seu todo, quer de cada um dos países que a integram.
Durante o mandato que termina agora, foi possível, com a colaboração de todos os Estados membros, neutralizar alguns focos de instabilidade que duravam desde 1994, por ocasião da criação desta organização regional.
A República de Angola agradece, em nome da nossa Organização, à Comunidade Internacional, em particular à França, cuja acção permitiu ajudar a estabilizar a República Centro Africana.
Agradece também aos países africanos que, em nome da União Africana enviaram Forças de Paz à República Centro Africana, e à União Europeia, que enviou uma força de paz para o mesmo efeito. Neste mandato que terminou foi importante a proposta de Angola, que serviu para organizar um debate sobre as crises nos Grandes Lagos na Cimeira União Europeia/África, realizada em Abril de 2014.
Chefes de Estados e de Governos da CIRGL, em Luanda
Agradecemos aos Estados Unidos da América, por todo o apoio diplomático prestado, e às Nações Unidas por disponibilizar os meios para o funcionamento de todas as suas missões de paz na Região dos Grandes Lagos.
Destacamos, em particular, o apoio e a solidariedade dispensados pela República da África do Sul, na pessoa de Sua Excelência o Presidente Jacob Zuma.
Na realidade, é este quadro de concertação que, além de mobilizar a vontade política para tratamento das questões da Paz e de Segurança, tornou possível também reunir condições para organizarmos o Fórum Económico e de Investimento na Região dos Grandes Lagos, que teve lugar no mês de Fevereiro deste ano na República Democrática do Congo.
Este evento lançou as bases para se perspectivarem e equacionarem projectos concretos de cooperação e de desenvolvimento económico-social nos países da Região.
Isso exige a consolidação de um clima de negócios favorável, o que só será possível havendo previsibilidade política e económica, confiança e certeza na paz, na estabilidade social e na segurança colectiva e institucional, como a história nos tem ensinado e os acontecimentos dos últimos anos no mundo o confirmam.
Havendo paz regional, temos possibilidades de desenvolver as nossas economias, torná-las fortes e fazer com que tragam naturais benefícios para os nossos povos e países, que têm potencialidades diversas nos domínios da agricultura, do turismo, dos recursos minerais e aquíferos e tem um vasto mercado interno com milhões de habitantes.
Por essa razão, impõe-se o bom funcionamento das estruturas organizativas da Conferência Internacional sobre Região dos Grandes Lagos, sendo importante que todos os Estados membros envidem esforços no sentido de pagar as suas quotas, como garante do seu suporte material.
EXCELÊNCIAS,
MINHAS SENHORAS E MEUS SENHORES,
Peço-vos que intensifiquemos o diálogo para a paz no Burundi, para que se ultrapasse o impasse criado pelo conflito pós-eleitoral e se respeite o poder legalmente instituído.
É também importante promover a boa vizinhança e a segurança recíproca ao longo da fronteira comum entre o Burundi e os países vizinhos.
Aproveito a ocasião para felicitar Sua Excelência Catherine Samba-Panza, ex-Presidente do Governo de Transição da República Centro Africana, pela conclusão bem sucedida do processo de paz e do processo eleitoral no seu país, de que resultou a eleição do Presidente da República, do Parlamento e do Primeiro-Ministro.
Felicito  Sua Excelência  Faustin-Archange Touadéra pela sua eleição para o cargo de Presidente da República.
Saúdo calorosamente a presença do Senhor Primeiro Ministro da República Centro Africana nesta Cimeira a quem desejo muitos êxitos no cumprimento da sua missão.
A República Centro Africana começou assim uma nova era, que precisa do apoio de todos para promover a sua reconstrução nacional e consolidação das suas instituições.
Felicito igualmente Sua Excelência Joseph Kabila pela forma como está a implementar as decisões da Cimeira sobre o FDLR e faço votos de êxito na condução do diálogo para a reconciliação e a consolidação da democracia.
Felicito finalmente os Dirigentes do Sudão do Sul pelos êxitos alcançados no diálogo, no restabelecimento da paz e na formação do Governo de União Nacional.
Dirijo uma palavra de apreço ao Secretário Executivo cessante, Professor Ntumba Luaba, pelo bom desempenho durante o seu mandato.
Reitero os meus agradecimentos a todos os presentes, ao secretariado, à equipa técnica e à comunicação social que também contribuem para o êxito desta Cimeira.
Muito obrigado!

Declaro aberta a nossa reunião!

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Comunistas portugueses criticam “manobras em Portugal contra Angola”

Delegação do PCP encontra-se no país para aprofundar as relações com a liderança do MPLA
O Partido Comunista Português (PCP) considerou ontem prejudiciais o que considera serem campanhas em Portugal contra Angola, promovidas por alguns sectores, manobras com as quais aquela força política diz que não pactua.

A posição foi manifestada ontem em Luanda por Pedro Guerreiro, membro do secretariado do Comité Central do PCP e responsável pela secção internacional, no final de um encontro com o MPLA, partido no poder.
Em declarações à imprensa no final do encontro de duas horas, Pedro Guerreiro disse que a deslocação a Angola tem como objectivo aprofundar as relações entre os dois partidos e conhecer a actual realidade em Angola, nomeadamente os actuais desafios que se colocam ao país.
“Portugal e Angola têm relações históricas, que devem ser desenvolvidas em prol dos interesses mútuos de cada um dos seus povos, potencialidades que há que se desenvolver e criar as condições para esse progresso nessas relações”, frisou.
Pedro Guerreiro sublinhou que durante vários anos, alguns sectores em Portugal procuraram ingerir-se na situação interna angolana.
“O nosso partido sempre teve uma posição contrária a essa, de rejeição desse posicionamento de determinados sectores e sempre solidário com o povo angolano na defesa da sua soberania, na defesa da independência, da integridade territorial, da unidade do Estado, do progresso do povo. Isto é, sempre assumindo que cabe ao povo angolano, que conquistou heroicamente a sua independência, a decisão quanto ao presente e ao futuro do seu país, livre de quaisquer ingerências externas”, destacou.
Garantiu que o PCP tem denunciado essas manobras, através do seu posicionamento político, não pactuando com elas.

Aliado histórico do MPLA desde o período da luta anticolonial, ainda em Março passado o PCP rejeitou no parlamento português um voto de condenação apresentado pelo Bloco de Esquerda sobre a “repressão em Angola” e com um apelo à libertação dos “activistas detidos”, criticando a governação de José Eduardo dos Santos.
O PCP – que se juntou no voto contra ao PSD e CDS-PP – demarcou-se totalmente desta iniciativa, apresentando uma declaração de voto na qual se adverte que outras forças políticas “não poderão contar” com os comunistas “para operações de desestabilização de Angola”.
A delegação portuguesa, que integra também José Capucho, membro do secretariado do comité Central do PCP, e Carlos Chaparro, membro do Comité Central, está em Angola a convite da direcção do MPLA.
O programa de visita reserva além do encontro de ontem, uma audiência com o vice-presidente do MPLA, Roberto de Almeida, uma deslocação à província do Huambo, onde será recebida pelo primeiro-secretário do Comité Provincial do MPLA, Kundi Paihama, um encontro com o grupo parlamentar do MPLA e visitas a novas centralidades, em Luanda e no Huambo.

O regresso a Lisboa está previsto para sexta-feira.

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