SACHIAMBO A MULHER QUE MAIS PERDEU "PESO POLÍTICO" EM ANGOLA

Alda Sachiambo ao centro, no Palácio Presidencial
Ao pronunciar-se o nome de Alda Sachiambo pode não significar nada para quem começou a vida política recentemente, mas para os calejados nesta área do saber e da vida, o nome pode causar arrepios, alergias ou regozijos, independentemente de que lado da barricada estiver.

Alda Juliana Sachiambo, ou simplesmente Mana Aninhas, foi uma das mais refinadas mulheres políticas deste país, rivalizando a performance, somente com mulheres como Ana Dias Lourenço, Anália de Vitória Pereira, Joana Lina ou Luzia Inglês, se quisermos.
Entretanto, devido a sua relevância política, Sachiambo que fora a primeira e até aqui a única mulher a comandar o “poderoso” grupo Parlamentar da UNITA, já foi cogitada à Presidência do referido partido.

Mas a mesma preteriu o poder e o luxo proporcionados pela política, a favor de uma vida calma e amorosa, junto do ministro das relações exteriores, George Rebelo Chikote, seu então namorado da adolescência.

No caso vertente, ao abandonar a vida política activa, Alda Sachiambo apresentou uma declaração de renúncia à Assembleia Nacional, evocando motivos de saúde, a que o referido órgão Legislativo rapidamente deferiu.

Agora confinada a uma vida típica de dona de casa, Sachiambo perdeu, obviamente, a admiração de muitos e a capacidade de poder influenciar nas mudanças do país.
Por além de Presidente da Bancada Parlamentar da UNITA, a senhora de quem se fala já foi a  mais próxima colaboradora de Jonas Savimbi, líder e fundador do Galo Negro.

Refira-se que em 1978, a mesma fez parte do conselho de Revolução do então movimento rebelde. Em 82 foi coordenadora da Liga da Mulher Angolana (LIMA) de que viria a ser sua presidente dois anos depois. Já em 1988, ostentando a patente militar de capitã, Sachiambo exerceu função  de ministra do trabalho e abastecimento, nas “Terras Livres” controladas pela UNITA. Ano a seguir, após a realização dum dos Congressos Extraordinários do Partido, ela novamente  é desafiada a desempenhar as funções de  Directora de Gabinete do Secretariado do Planeamento.

Após os acordos de Bicesse, durante o processo de modernização da UNITA, de máquina militar para força política,  Ana Sachiambo configurou-se número dois da equipa económica que talhou as políticas do referido sector que integrariam o programa de Governo apresentado por Jonas Savimbi, durante as Eleições Gerais de 1992.

Entretanto, no período pós-Jonas Savimbi, “Mana Aninhas” desempenhou funções de  Secretária provincial da UNITA, no Huambo. Personalidades na província alegam que fez uma reconhecida  frente política ao então governador Paulo Kassoma. E de acordo aos relatos vindos do Huambo, devido a sua coragem e sagacidade, Sachiambo era vista como uma “Governadora Sombra”, e em face disso, as entidades que visitassem a Província manifestavam o interesse em contacta-la.

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