SIM E SINSE SÃO AS INSTITUIÇÕES MAIS FUNCIONAIS DO ESTADO
José Mária - chefe dos Serviços de Inteligência Militar |
Por Redacção
O presente texto ousado, sobretudo
responsável – jamais pretende observar com desprimor outras instituições do
Estado. Não! Quer somente trazer ao conhecimento dos angolanos, os esforços que
os operacionais dos serviços de segurança e inteligência interna, externa e
militar fazem para manter a estabilidade no país, face ao contexto conturbado
internacional.
Ora, por causa do surgimento de forças
rebeldes em diversos países africanos e do terrorismo transcontinental
desencadeado por radicais islâmicos, jamais foi tão difícil manter a paz e a
estabilidade de um determinado país como nos dias que correm.
Por exemplo, o Serviço Nacional de Segurança
dos Estados Unidos da América, europeus e israelense têm-se destacado no
combate contra essas forças do mal. Mas os esforços têm-se revelado
insuficientes para pôr termo aos avanços e multiplicação destes grupos rebeldes
e jihadistas que tiram o sono a todos, sobretudo aos Estados do Médio Oriente e
africanos que se revelam menos preparados.
Porém, o Médio Oriente é um caos total -
salvo raras excepções. Os países árabes africanos também se destacam como o
antro do terrorismo no continente. Já alguns poucos países laicos africanos ou
de maioria cristã registam o nascimento de mais e rigorosos grupos armados que
combatem os governos democráticos ou fraudulentamente eleitos.
Infelizmente para nós, esses terríveis
acontecimentos se desenrolam próximo de nossas fronteiras, através da República
Democrática do Congo (RDC). Pior ainda, o nosso país preside a Conferência
Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) – uma “região
empanturrada” de bolsas desestabilizadoras da ordem e tranquilidade que se
mostram insatisfeitas com a dinâmica empreendida pelo Estado angolano na
região.
Obviamente que é uma situação que nos coloca
sob mira letal destes perversos, que até os estudos científicos se revelam
«incapazes» de descrever com exactidão as suas reais motivações.
No caso vertente, não se mantém a ordem e estabilidade
de um país rico e forte no contexto actual sem acordos ou parcerias, mesmo que
sejam com forças rebeldes ou terroristas. Quanto a isso, a superpotência
mundial – os EUA são exemplos, pois, os serviços de inteligências americanos
rubricam acordos-de-cavalheiro com vários grupos jihadistas que volta e meia
fazem o trabalho sujo, em troca de determinados favores norte-americanos.
Fusão da
BRINDE ao ex-SINFO foi excepcional
Eduardo Octávio - director-geral do SINSE |
Entretanto, quanto ao contexto africano, face
as ameaças que aterrorizam o país vi
zinho e os Estados da CIRGL, os serviços de
segurança e inteligência de Angola têm-se mostrado melhor equipados e preparados
para o presente desafio.
Pois, alcançado a paz no dia 04 Abril de
2002, o Governo angolano iniciou o processo de desmobilização e inclusão dos
operacionais das forças militares e de inteligência da UNITA, tornando o
exército e os serviços de segurança e inteligência nacionais bem mais
preparados e eficazes. Os resultados do processo são hoje, inequivocamente
positivos.
Caricatamente, os Serviços de Segurança e
Inteligência do país enfrentam dois grandes problemas, 1º a ignorância dos
cidadãos, quanto a questão de segurança de Estado – pois continuam a conceder
(arrendar) abrigos aos estrangeiros, sem se informarem da condição migratória
dos mesmos. 2º A entrada ao país de vários estrangeiros com passado e
identidade duvidosos. Portanto, como já enunciado, são dois grandes dilemas por
se resolver.
No entanto, se bem analisados, facilmente
“perceberemos” que já temos terroristas entre nós - nas casas de câmbios, nas
cantinas e nos mercados informais. Ora, muitos dos chamados “mamadous” que se
encontram a vender diversos produtos nas cantinas e a reparar telemóveis e TVs
nos mercados dos Congolenses, no 30 e no mercado do Kicolo, são na sua maioria
técnicos superior em electrónica, informática e economia. Pior de tudo é que
muitos deles aparentam ser ou terem sido militares, as escoriações (normalmente
provocadas por uso de botas militares) em seus pés denunciam isso mesmo.
Na verdade, se até ao momento o país continua
isento a qualquer tipo de ataque terrorista, deve-se aos esforços pontuais dos
operacionais dos Serviços de Segurança e Inteligência – SIM, SINSE e SIE.
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