SECA PROVOCA RESTRIÇÕES NO FORNECIMENTO DE ÁGUA EM MAPUTO
Não
há água suficiente para consumo nas cidades de Maputo, Matola e distrito de
Boane. A partir de amanhã, a água será fornecida de forma alternada. A decisão
de restringir o fornecimento de água deve-se ao facto da barragem dos Pequenos
Libombos não ter reservas suficientes.
“A Águas da Região de Maputo informa aos seus
estimados clientes e ao público em geral que vai restringir o abastecimento de
água a partir do dia 10.01.2017, dando prioridade absoluta de acesso para o
consumo humano. As referidas restrições consistirão no abastecimento de água em
dias alternados, devido às dificuldades que se verificam no enchimento dos
reservatórios do sistema de abastecimento”, lê-se no comunicado da empresa
provedora de água em Maputo.
A barragem dos Pequenos Libombos é responsável pelo
abastecimento de água à Cidade de Maputo, Matola e distrito de Boane, mas um
levantamento feito na quinta-feira passada indica que os reservatórios estão a
apenas 14 por cento da sua capacidade normal.
A seca e as mudanças climáticas, que se fazem sentir
nos últimos dois anos, são apontados como as principais causas dos baixos
níveis de água, nos Libombos, responsável pela retenção de água para a
subestação de captação e tratamento de Umbelúzi.
A barragem descarregava água a uma taxa de pouco mais
de três metros cúbicos por segundo. Mas na quarta-feira, apenas 0,69 metros
cúbicos por segundo entraram no reservatório a montante, e na quinta-feira
nenhuma água entrou.
Embora tenha havido chuvas encorajadoras na bacia do
rio Limpopo, na província de Gaza, o mesmo não acontece com as bacias dos rios
Umbeluzi e Incomati, mais ao sul.
E se não houver entrada de água no reservatório, a
barragem não poderá continuar a descarregar três metros cúbicos por segundo por
muito tempo. O Governo já proibiu o uso da água dos Pequenos Libombos para a
agricultura irrigada, o que ameaça a produção nas plantações de banana e outras
empresas agrícolas comerciais no vale do Umbeluzi.
Uma vez que o Umbeluzi nasce na Suazilândia, a
garantia de abastecimento de água para a zona metropolitana de Maputo passará a
depender das fortes chuvas daquele país vizinho num futuro próximo.
Face a situação dramática, a Administração Regional de
Águas do Sul apela que se evite o desperdício de água, enquanto a escassez
actual dura, optar por um uso racional, tal como não lavar carros com água
potável, e deixar as torneiras abertas enquanto se escova os dentes.
RECUPERAÇÃO DE ÁGUA NOUTRAS BARRAGENS
Em outras regiões do país, os rios e as barragens
parecem estar a recuperar da seca de 2016, causada pelo fenómeno climático El
Niño.
As chuvas na bacia do Limpopo elevaram o rio até o
nível de alerta de inundação em Combomune, a montante, na quarta-feira. Essa
onda de água está a dirigir-se para Chokwé, no coração da agricultura irrigada
do Limpopo e a ARA-Sul alertou aos agricultores para que mudem seus
equipamentos para terrenos mais altos, para evitar que estes fiquem submersos.
Também existe algum risco de inundações no rio Púnguè,
na província central de Sofala. Na quinta-feira, o rio foi medido em 6,56
metros na estação hidrométrica de Púnguè Sul- que está ligeiramente acima do
nível de alerta de 6,5 metros.
Fonte: O país
- mz
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