‘THE ECONOMIST INTELLIGENCE’ ADMITE VITÓRIA DO MPLA
Fonte:
Observando Eleições
Das mais influentes e respeitadas
a nível internacional, num artigo publicado nesta Quinta-feira, a revista
analisa os dados da política angolana para as eleições deste ano.
A revista britânica “Economist
Intelligence Unit” diz ser “improvável” uma vitória da Oposição nas próximas
eleições, embora possa haver um número crescente de eleitores jovens “que se
sentem excluídos do boom do petróleo no pós-guerra no país”. Alega, por outro
lado, que o MPLA vai continuar a restringir o espaço político da principal
força política da Oposição – a UNITA e a explorar a sua fraqueza.
A revista refere que o Governo
pode, alegadamente, continuar a “reprimir os media sociais locais, para os
quais grupos de oposição se voltaram” numa tentativa de contrapor uma suposta
dominação do MPLA na comunicação social tradicional. Assim, a revista diz que
embora os partidos de oposição possam aumentar a sua representação parlamentar
nas urnas, é provável que o MPLA aproveite a sua sólida base de financiamento e
fortes conexões comerciais para”conquistar outra maioria e manter o controlo
sobre aspectos do poder. Incluindo a Presidência”.
A Economic Inteligence considera
também ser provável que o Presidente José Eduardo dos Santos renuncie à vida
política activa entre 2017 e 2018, mas sugere ser possível que o estadista
angolano mantenha influência política . Na sua mais recente análise sobre a
situação política e económica de Angola , a publicação inglesa de notícias e
assuntos internacionais, refere que os preparativos para as primeiras eleições
locais do país não serão completados antes de 2021, baseando-se nas declarações
do vice-presidente, Manuel Vicente, proferidas no Cuanza-Norte, por altura das
celebrações do dia 11 de Novembro de 2016.
Para a publicação, os partidos da
Oposição em Angola vêem as eleições locais como uma forma potencial de travar a
hegemonia do MPLA e acreditam que o partido no poder está deliberadamente a
atrasar o processo. Relativamente à estabilidade política, a publicação admite
poder haver protestos crescentes e suposta repressões de críticos . A Economic
Intelligence não espera que uma possível agitação social represente uma ameaça
existencial para o Governo, “dada a restrição residual da instabilidade
resultante da longa guerra civil do país”.
A revista advém que as tensões
com a comunidade internacional deverão aumentar no período que antecede a
eleições, uma vez que se espera que o MPLA adopte cada vez mais esforços para
manter sua hegemonia. Apesar disso, segundo o articulista, Angola continuará a
procurar consolidar as relações com os principais parceiros estratégicos e
diversificar as finanças Internacionais. Continuará a priorizar as relações com
os Estados lusófonos, incluindo o Brasil e a antiga potência colonial, Portugal
– bem como as superpotências EUA e China. Acredita que a necessidade de um
reequilíbrio fundamental da economia continuará a ser o fundo das negociações
em curso com o FMI no âmbito da transparência e desregulamentação cambial.
No entanto, o FMI continuará a
incentivar as autoridades a restabelecer os equilíbrios macro-económicos e a
constituir reservas, reduzir o défice orçamental não petrolífero e fomentar uma
maior flexibilidade cambial, suportada por condições monetárias mais apertadas
para conter a inflação. “A mais longo prazo, as autoridades serão encorajadas a
melhorar a eficiência e a transparência das despesas públicas e criar um
ambiente favorável às empresas que permita ao sector privado liderar o
crescimento económico”. A baixa posição de Angola no Banco Mundial, no “Doing
Business” para a 182ª das 190 economias pesquisadas, é para a Economic
Intelligence, reflexo das restrições numa ampla gama de áreas, incluindo o
tempo e o custo de obtenção de electricidade, a resolução de insolvências,
contratos, registo de propriedade e obtenção de crédito.
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