CHIVUKUVUKU É O ANGOLANO MAIS DESEJOSO EM CHEGAR À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Abel Chivukuvuku - presidente da CASA-CE
Por Adão Weka
Após Holden Roberto, Agostinho Neto, Jonas Savimbi e José Eduardo dos Santos, Abel Chivukuvuku, presidente da CASA-CE, tem-se revelado no cidadão mais interessado em ocupar o suculento cargo de Presidente da República, dentre os 25 milhões de angolanos.

Ora, depois de ter sido salvo pela população e alegadamente levado ao Hospital Militar Principal por alguns oficiais superiores das Forças Armadas Angolanas, face aos tiros de que foi vítima, na sequência dos confrontos de 1992, em Luanda, onde muitos de seus correligionários pereceram às mãos da chamada defesa civil, da Polícia Nacional, bem como do Exército governamental, Abel Chivukuvuku que permaneceu durante algum tempo sob custódia do Governo, numa das “celas” do Quartel-general das FAA, enfrentou um bom período de hibernação.

Entretanto, restituído à liberdade, Abel Chivukuvuku liderou o maior e um dos mais fortes grupos parlamentares que a UNITA já teve. Se calhar enfrentando uma crise de identidade momentânea, o então “menino bonito do Galo Negro” negou-se a se juntar à UNITA-Renovada de Eugénio Manuvakola e Jorge Valentim, bem como se recusou a atender a chamada do “Mano mais velho”, Jonas Savimbi. Tendo ousado afirmar publicamente que o fundador da UNITA já “era uma carta fora do baralho”. Declaração pesada e tida como imperdoável para a ala mais conservadora do Galo Negro.

No caso vertente, desde então, Chivukuvuku cultivou uma postura de dimensão presidencial: desde a oração, a forma de lidar com outrem, construiu uma imagem de homem fiel à esposa e despiu-se de comportamentos radicais contra seus opositores, estivessem no interior do partido em que militava (UNITA) ou no governo.
Chivukuvuku informado sobre os fármacos administrados aos reclusos

Ainda no Galo Negro, enquanto membro do Comité Permanente da Comissão Política daquela organização, Chivukuvuku deixa claro que usa a máquina partidária para poder chegar à Presidência da República. Uns entendiam a mensagem na perfeição, outros nem tanto. Daí a alcunha de “jovem ambicioso e apressado”.

Porém, inconformado com a avalanche de apoio vindo de dentro e fora dos “Maninhos”, em favor de Chivukuvuku, Isaías Samakuva e pares trataram de o fazer parecer traidor de “Muangai” - que pretendia alterar a bandeira, a denominação do partido e distanciar a imagem de Jonas Savimbi à organização. Aí se vaticinou o fim político do agora presidente da CASA-CE, então mandatário de Jonas Savimbi às eleições presidenciais de 1992. Ledo engano.

Movido pela vontade intransigente de se tornar presidente dos descendentes de Ngola e contando com a ajuda de William Afonso Tonet, jurista e jornalista, André Mendes de Carvalho (Almirante Miau), o ex-homem forte da BRINDE concebeu a Convergência Ampla de Salvação de Angola, que ele mesmo o definiu como a terceira via – uma ideia já vaticinada por Jonas Savimbi, em 1998.

Hoje, enquanto líder dos “casistas”, Abel Chivukuvuku, o único dirigente partidário que vezes sem conta jura desejar ser presidente de Angola, não deixa de dizer que a organização é somente uma via para se chegar à Presidência. Já os seus prováveis maiores adversários políticos: João Lourenço (MPLA), Isaías Samakuva (UNITA), Eduardo Kwangana (PRS), já se revelam cansados, o primeiro, até parece que esteja a ser empurrado para uma empreitada que pessoalmente não ambiciona mais.


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