UNITA ADMITE GOVERNAR COM MEMBROS DO MPLA CASO VENÇA ÀS ELEIÇÕES

Fonte: JA
A UNITA pretende formar um governo abrangente, que congregue todos os angolanos, sem exclusões de qualquer natureza, caso vença as próximas eleições, previstas para daqui a sete meses, prometeu ontem o vice-presidente do partido.
Raul Danda, que discursava no acto de abertura das VI jornaladas parlamentares da UNITA, disse ser intenção, pretensão e ambição do seu partido ter no país um governo integrado, aos mais variados níveis, por angolanos, independentemente de cores partidárias, pertenças religiosas, regiões de origem ou cor da pele.
“Algumas vezes perguntam-nos com que quadros a UNITA vai governar, quando chegar ao poder”, contou o político, acrescentando que a resposta tem sido, invariavelmente, uma. “Angola tem muitos e bons quadros, na UNITA, nas outras formações políticas, na sociedade civil, nas igrejas, dentro do país, na diáspora. É com estes angolanos que a UNITA conta para governar”, esclareceu.
Segundo Raul Danda, a UNITA avança para as eleições de Agosto próximo encarando-as como o virar da página. “Se quisermos construir a tão almejada Nação, devemos começar por ter um país apenas dividido em províncias, municípios, comunas, regiões administrativas, aldeias, povoações. Não podemos continuar a ter uma Angola dividida em áreas de influência ou de domínio desta ou daquela força política, que traz as nefastas intolerâncias”, afirmou.
Raúl Danda - vice-presidente da UNITA
Danda, também ele deputado, defendeu um país que valorize a cidadania em vez do militantismo, pois, sublinhou, “todos somos primeiro cidadãos desta pátria e só quando adquirimos a faculdade de fazer opções nos tornamos militantes deste ou daquele partido, sendo verdade que muitos continuarão a ser cidadãos sem nunca terem sido militantes daqui ou dali”.
Transparência nas eleições
Relativamente às próximas eleições, o número dois na hierarquia do maior partido na oposição espera que as mesmas sejam realizadas com lisura e transparência, para que produzam resultados justos e aceites por todos e que reflictam a vontade do povo. “Queremos ter um país onde quem ganha nas urnas, ganhe com clareza e honestidade, para que ganhadores e perdedores se abracem na sequência do anúncio dos resultados, seguros de que essa foi a decisão popular e apenas ela”, disse.
Raul Danda alegou que nos pleitos anteriores foram feitos antes, durante e depois do voto, “truques eleitorais” - entretanto não mencionados - que representam violação à Constituição da República, nos termos do n.º 2 do seu artigo 4.º, que estabelece serem “ilegítimo e criminalmente punível a tomada do exercício do poder político com base em meios violentos ou por outras formas não previstas nem conformes com a Constituição”.
Ausente do país, o presidente da UNITA, Isaías Samakuva, endereçou uma mensagem ao grupo parlamentar por ocasião das jornadas, que decorrem até amanhã sob o lema “Pela cidadania, transparência e boa governação”. Na mensagem, o político afirma que as eleições devem ser a preocupação fundamental de tudo o que o partido vai passar a fazer daqui para a frente. Samakuva disse esperar que as jornadas sirvam de “inspiração para a dedicação de todos no trabalho que deverá levar a UNITA à vitória”.
O programa das jornadas reserva para hoje uma actividade de campo, devendo os deputados desdobrarem-se em visitas aos municípios e distritos de Luanda. Ontem, foram discutidos temas como “Economia e gestão em tempo de crise. Conselhos úteis para empresas e famílias”, “Transparência e combate à corrupção” e “Cidadania, transparência e boa governação”.
O primeiro tema foi apresentado pelo deputado Fernando Heitor, o segundo pela especialista brasileira Dyelle Meneses e o último por Lourenço Lopes, convidado a partir de Cabo Verde
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