SULANOS EUROPEUS GASTAM DINHEIRO EM BEBIDA E MULHERES E DEPOIS PEDEM AJUDA – DIZ CHEFE DO EUROGRUPO
Presidente do Eurogrupo recusou-se a pedir desculpas pelo que disse.
"Deve haver responsabilidades", argumenta.
O presidente do Eurogrupo e ministro das
Finanças holandês, Jeroen Dijsselbloem, disse numa entrevista, publicada esta
segunda-feira num jornal alemão, que os europeus do sul gastam "todo o
dinheiro em copos e mulheres" e depois pedem ajuda.
"Durante a crise do euro, os países do
Norte mostraram-se solidários com os países afetados pela crise. Como
social-democrata, atribuo à solidariedade uma importância excecional",
disse Dijsselbloem ao jornal Frankfurter Allgemeine.
"Contudo, quem pede [ajuda] também tem
obrigações. Não posso gastar todo o dinheiro em copos e mulheres e pedir-te que
me ajudes", afirmou. Esta terça-feira, membros do parlamento europeu
abordaram as declarações de Dijsselbloem, que consideraram
"ofensivas" e "vulgares", segundo o Financial Times.
Confrontando com as críticas, o presidente do
Eurogrupo disse que não iria pedir desculpas e afirmou que estava a falar sobre
a importância da solidariedade na entrevista.
"A minha frase queria deixar
absolutamente claro o que a solidariedade significa para mim", afirmou
Dijsselbloem em sua defesa. "Sou um social-democrata e valorizo muito o
princípio da solidariedade na Europa, mas deve sempre vir com compromissos e
esforços para fazer o máximo que um país pode fazer para reforçar a sua posição". "Deve haver responsabilidades",
continuou, segundo o El Mundo. "Essa foi a minha opinião
na entrevista".
Outros deputados não ficaram satisfeitos com
a resposta e continuaram a exigir um pedido de desculpas. "Dijsselbloem
ofendeu os países do sul e as mulheres com a sua declaração racista e machista.
Deve desculpar-se ou deixar o seu cargo, já não é neutro", disse o
deputado espanhol Esteban González Pons. O cargo de Dijsselbloem está nas mãos dos
países da zona euro, como admitiu esta segunda-feira em Bruxelas o presidente
do Eurogrupo. Isto porque em breve será nomeado um novo ministro das Finanças
holandês.
"Como sabem, o meu mandato vai até
janeiro [de 2018] e a formação de um novo governo de coligação na Holanda pode
levar alguns meses. Ainda é muito cedo para dizer se vai haver um hiato entre a
chegada do novo ministro e o final do meu mandato", salientou Jeroen
Dijsselbloem.
Contudo, Dijsselbloem disse que "nesse
caso, se houver um intervalo temporal" entre a entrada em funções de um
novo ministro e o final do seu mandato, "caberá ao Eurogrupo decidir como
quer proceder".
Várias fontes europeias consideram altamente
improvável que Dijsselbloem permaneça à frente do Eurogrupo uma vez perdido o
cargo de ministro das Finanças holandês.
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