ISMAEL MATEUS QUESTIONA PARTIDOS QUANTO A AUSÊNCIA DE PROGRAMAS DE GOVERNO
Fonte: Angop/ Disputas Políticas
Os partidos políticos devem ter uma
intervenção mais activa para comunicar aos cidadãos as suas ideias e os
programas eleitorais, se possível através das redes sociais, recomendou nesta
quarta-feira, em Luanda, o jornalista angolano Ismael Mateus.
Ao dissertar o tema "A mídia e eleições", no fórum sobre "O
papel da sociedade civil e da mídia", no âmbito das eleições gerais de
2017, lamentou o facto de, há poucos meses das eleições, não serem conhecidos
os programas dos partidos.
Considera necessário que os principais actores políticos, da administração
eleitoral e da sociedade civil tenham um entendimento claro e consensual quanto
ao papel da mídia.
Entende que num processo eleitoral, a mídia serve para a formação de uma
consciência política dos cidadãos, fornecendo-lhes informações para que tenham
a noção do cenário político e, desta forma, votem em consciência.
A esse respeito, Ismael Mateus afirmou que há "inexistência no país de
uma cobertura eleitoral que se possa considerar imparcial, mesmo estando já em
pré-campanha".
A seu ver, "não há evidências, quer do ponto de vista da diversidade
da vida política, quer dos equilíbrios informativos".
O profissional entende que a mídia deve servir para veicular as ideias dos
partidos políticos concorrentes ao pleito eleitoral, para que tenham a
oportunidade de espelhar as suas opiniões e dizer o que pensam e quais as suas
propostas para o país.
A mídia, fundamentou, é um actor positivo na prevenção de conflitos, pois
não basta divulgar as ideias e possibilitar que os cidadãos formem a sua
opinião, mas é preciso agir sobre as diferentes áreas da sociedade, para que se
previnam os conflitos.
A propósito, sugeriu a criação de mecanismos que permitam a expansão dos
órgãos de comunicação social pelo país, no sentido de facilitar o acesso à
informação aos cidadãos.
Defendeu a criação de programas de educação cívica dos cidadãos, no sentido
de levá-los a conhecer a vida político partidária e perceber como funciona o
mecanismo de escrutínio e o valor do seu voto para a vida do país.
Promovido pelo Instituto Angolano de Sistemas Eleitorais e Democracia
(IASED), em colaboração com o Sindicato dos Jornalistas de Angola (SJA), o
encontro abordou ainda os temas "Processo de registo eleitoral",
"Educação cívica eleitoral" e "Observação eleitoral doméstica e
internacional".
O mesmo visou a discussão de um conjunto de princípios e valores que devem
assentar a participação da sociedade civil.
A ideia é promover e advogar a transparência e a credibilidade do processo
eleitoral, perante ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE), os partidos políticos
e candidatos, bem como a comunidade internacional e o eleitorado.
Participaram o presidente da CNE, André da Silva Neto, o presidente da
UNITA, Isaías Samakuva, deputados da Assembleia Nacional, representantes de
partidos políticos, de igrejas e da sociedade civil.
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