FNLA PRETENDE DAR LIÇÕES DE DEMOCRACIA A DEMAIS PARTIDOS

Os secretários provinciais da FNLA - organização política criada por Álvaro Holden Roberto, e que se encontra mergulhada numa crise política sem precedente, passarão a ser eleitos pelos membros do partido a nível provincial, soube o Disputas Políticas de uma fonte, ligada ao Comité Central do então maior movimento de libertação nacional.
A medida, segundo as nossas fontes, servirá para evitar que os presidentes abusem de seus poderes, ou que forcem os secretários a trabalhar para eles, em detrimento do partido.
“Ao invés de trabalhar a sério para o partido, tem-se constatado que os secretários são forçados a bajular o líder para que não sejam exonerados. Entretanto, para pôr fim a esses vícios, vamos atribuir a escolha dos secretários provinciais, aos militantes locais”, clarificou a fonte, tendo acrescentado que Ngola Kabango e Lucas Ngondas, ambos líderes de diferentes facções no partido, poderão figurar na lista de deputados a Assembleia Nacional, pela bancada parlamentar da FNLA.
Lucas Ngonda afastado da presidência da FNLA
Fernando Pedro Gomes foi indicado para dirigir interinamente o partido até a realização do Congresso deste ano. Entretanto, cerca de 50%+1 (que estatutariamente constitui o coro para um encontro decisório) dos membros do Comité Central da Frente Nacional para Libertação de Angola (FNLA), reunidos no passado dia 04 do presente, no CEFOCA, sita na comuna do Hoji Ya Henda, município do Cazenga, em Luanda, aprovaram, com vista a sanar a crise interna que periga a existência do partido, seis “contundentes” Resoluções.
Ndona Nzinga, indicado para exercer funções de secretário-geral interino, apelou aos presentes na referida reunião, para que não aceitem a interferência do Tribunal nos assuntos internos da organização.
Porém, após a tão propalada reunião que durou aproximadamente quatro horas, o Comité Central do partido dos irmãos, lavrou o comunicado final, ao qual consta as Deliberações supra.
Ora, na sua Resolução nº 1/17, os 217 membros do Comité Central presentes ao evento, justificam a suspensão de Lucas Ngonda da presidência do partido, com alegada “violação gravíssima” da linha política da FNLA, nomeadamente, seus princípios e objectivos.

“Tendo em conta, que é obrigação do presidente a manutenção do espírito e prática sistemática de diálogo, unidade, tolerância, imparcialidade e reconciliação entre todos os membros da FNLA … alínea gg) do nº9 do artigo 34 dos Estatutos da FNLA …… Tendo em conta a negação deste (Ngonda) da concertação, que lhe foi pedida pelos militantes, quadros e dirigentes, mandatados pela Assembleia de Luanda … uma vez que lhe foi proposto que se dirima os mal-entendidos existentes no seio do partido, através do diálogo directo e franco, no quadro das estruturas partidárias …… E, tendo ainda em conta que o presidente do partido anunciou a realização do Congresso Extraordinário durante uma reunião do Bureau Político, órgão incompetente para o efeito, … e tendo posteriormente aparecido na imprensa a contradizer o anúncio feito, alegando falta de meios; …. É suspenso das suas funções de presidente da FNLA, o irmão Lucas Benghy Ngonda. É (também) suspenso das suas funções de secretário-geral da FNLA, o irmão Pedro Mucumbe Dala. É (agora) determinada a instauração de Processos disciplinares contra os irmãos em causa, ao abrigo dos Instrumentos Normativos do Partido e da Legislação em vigor na República de Angola”, lesse na Resolução nº 1/17, lavrada pelo referido Comité Central.
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