ASSALTO ÀS TERRAS NO INTERIOR




Por Minguito Van-Dúnem

Com o alcance da paz militar no País, desde 04 de Abril de 2002, Angola tem sido repartida, aos poucos, sendo, contudo, as empresas e personalidades ligadas ao MPLA, os principais beneficiários disso.

Tem sido notório, nos últimos tempos, a atribuição sucessiva de enormes superfícies de terras por parte das delegações provinciais do Instituto Geográfico e Cadastral de Angola (IGCA) a entidades colectivas, sobretudo empresas, e singulares, pertencentes, directa ou indirectamente, ao círculo presidencial ou com ligações ao Movimento para a Libertação Popular de Angola (MPLA).

Os delegados do Instituto Geográfico e Cadastral de Angola (IGCA) nas províncias do Kwanza Sul (Bernardo Maneco), Benguela (Américo Oseias Tchisassa) e Zaire (Isaac José Paz da Cruz) lideram a lista nas atribuições de superfícies de terra, como tem sido espelhado pelo “Jornal de Angola”, não se sabe a troco de quê, mas de atribuição em atribuição a divisão do país vai caminhando velozmente.

Segundo dados, entre os beneficiários destacam-se a PUMANGOL Limitada, com uma parcela de terreno urbano (processo 585-BA/2013), em Benguela, de 12.657,35 m2 (doze mil, seiscentos e cinquenta e sete metros e trinta e cinco centímetros quadrados), para alegadamente construir bombas de combustível, no município de Benguela, Zona Industrial II-A; UNITEL Telecomunicações SA, com uma parcela rural (processo 886-ZA/16), no Zaire, bairro Luvuvamo, comuna do Luvo, entre o Centro de Saúde do Luvo e Mbanza Congo, de 342 m2 (trezentos e quarenta e dois metros quadrados), sem aparentemente adiantar os fins; ENSA Seguros de Angola SA, com um terreno urbano (processo 763-ZA/15), no bairro 1º de Maio, município do Soyo, província do Zaire, de 156 m2 (cento e cinquenta e seis metros quadrados), igualmente sem especificar os propósitos. 

Nelson Jorge dos Santos e Silva Cardoso, conhecido como sendo uma figura próxima ao Palácio da Cidade Alta, por meio de Paulina Esperança Dias Mendes Vasconcelos Cardoso (gerente do restaurante Ibiza Pastelaria, em Luanda) e Frederico Manuel dos Santos e Silva Cardoso (secretário do Conselho de Ministros e ex-chefe da Casa Civil do Presidente da República), dá o rosto como latifundiário na zona do Kwanza Sul, com um terreno de 50 hectares (processo 73-CS/16), no Quindande, comuna Sede, município de Porto-Amboim, supostamente para fins de piscicultura, onde tem como parceiros Hipólito Matias e Maria Inês Santana. Quem também aparece com um espaço territorial de 50 hectares na referida região é João Cristóvão de Barros. Por sua vez, António José Henriques Saraiva dos Santos, aparece como proprietário de duas parcelas de terreno rural no Kwanza Sul (processos 74-CS/16 e 69-CS/16), sendo um espaço de 50 hectares no Quindande, comuna Sede, município de Porto-Amboim, próximo a Quinta Mar Rega, e outro de 110 há (cento e dez hectares), no Cambalo, comuna Sede, município de Porto-Amboim, para supostamente dedicar-se também à piscicultura.

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