MORREU O COMUNISTA MAIS VIGOROSO
O histórico líder cubano Fidel Castro morreu nesta sexta-feira, 25, aos
90 anos, anunciou o seu irmão, o Presidente Raúl Castro, na televisão estatal.
"O comandante-chefe da revolução cubana morreu esta noite às 22:29",
afirmou Raúl Castro, que sucedeu a Fidel no poder em 2006.
Fonte: DN
Uma das pessoas mais influentes no século XX, que marca a identidade
colectiva de Cuba, Castro tinha feito os 90 anos a 13 de Agosto.
Fidel Castro nasceu a 13 de Agosto de 1926, em Birán, filho de um
camponês galego que fez fortuna na ilha e da sua segunda mulher. Estudou
Direito na Universidade de Havana e quando concorria a um lugar como deputado,
com 26 anos, deu-se o golpe de Fulgencio Batista que suspendeu as eleições.
Liderou em 1953 o falhado assalto ao quartel Moncada, pelo qual seria
condenado a 13 anos de prisão, tal como o irmão mais novo, Raúl. Por pressão
popular, acabam exilados no México - onde Fidel conheceu o argentino Che
Guevara. É desse país que lança a revolução, desembarcando em Cuba no iate
Granma em 1956. Depois de uma luta de guerrilha, entra vitorioso em Havana em
1959, assumindo primeiro a chefia do governo e na década de 1970 a presidência.
Pelo meio, tinha feito a aproximação à União Soviética à medida que se
distanciava dos EUA - que a partir de 1960 instituíram o embargo a Cuba após a
nacionalização de várias empresas. Em 1961, depois da falhada invasão da baía
dos Porcos por parte de opositores cubanos treinados pela CIA, declara o
carácter socialista da revolução - que tenta exportar para outros países na
América Latina e África.
Um ano depois, o mundo ficou à beira da guerra nuclear durante a crise
dos mísseis. A ligação a Moscovo seria abalada com o fim da URSS, nos anos
1990, que trouxe a primeira grande crise económica à ilha e obrigou a um
primeiro movimento de abertura, até que o petróleo venezuelano substituiu os
apoios soviéticos.
Mas foi a doença de Fidel e a chegada ao poder de Raúl que
possibilitaram as grandes mudanças de hoje em Cuba. Sem perder a ideologia e a
estrutura comunista, a ilha está a empreender reformas económicas (alguns dizem
demasiado lentamente) e a aproximar-se do inimigo histórico, os EUA. No último
ano, milhares de turistas norte-americanos visitaram aquela que durante mais de
cinco décadas foi "ilha proibida" e o início dos voos regulares com
Cuba deverá levar ainda mais à Pérola das Caraíbas, possibilitando um
crescimento da economia cubana.
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