EXECUTIVO IGNORA APELOS DO FMI E PROMETE REAJUSTE SALARIAL NA FUNÇÃO PÚBLICA
Há muito que o Fundo Monetário Internacional (FMI) recomenda ao
Executivo angolano a realização de operações financeiras que reduzam os custos
com pessoal na função pública.
Para o FMI, passou o período
de preço alto do petróleo. O Executivo capitaneado
por José Eduardo dos Santos nunca se pronunciou quanto à recomendação do FMI,
mas o Bloco Democrático (BD) – partido político sem assento parlamentar,
revelou-se contrário à medida, tendo a aconselhado o Governo, a tornar eficiente a
Administração Pública e estruturar os impostos para que toda a actividade económica
fosse taxada, as grandes fortunas pagassem impostos e para impedir a fuga de
capitais do país e proibir o usufruto grátis dos bens (reais, serviços e
financeiros) produzidos nas empresas públicas para os magnatas do poder, por
forma aumentar a Receita Pública. Mas até aqui, silêncio sepulcral.
No caso vertente, o Executivo prevê no Orçamento Geral do Estado para
2017 o reajustamento salarial e a revisão do salário mínimo nacional, garantiu
ontem no Parlamento o ministro das Finanças.
Archer Mangueira adiantou que o salário mínimo vai ser visto no âmbito
da política retributiva que está a ser aplicada pelo Executivo. Ora, o ministro
das Finanças respondeu às questões apresentadas pelos deputados da UNITA Manuel
Savihemba e Fernando Heitor.
Manuel Savihemba questionara ao ministro das Finanças sobre a revisão do
salário mínimo nacional, o reajuste dos salários e a atribuição de subsídios e
incentivos de periferia e isolamento. Já Fernando Heitor questionou sobre os
resultados do combate aos funcionários “fantasmas” na Função Pública.
O ministro das Finanças, que falou durante o debate do Orçamento Geral
do Estado na especialidade, afirmou que o Executivo reconhece a necessidade de
se fazer um ajustamento salarial em função da gestão macro-económica. “Vai-se
definir qual a melhor opção que se ajusta, combinando a questão do salário real
com a questão do equilíbrio macroeconómico”, disse Archer Mangueira.
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