EXECUTIVO ESTÁ SEM DINHEIRO PARA O REGISTO ELEITORAL – DIZ SAMAKUVA
Segundo Isaías Samakuva, o
Ministério da Administração do Território ainda não recebeu as verbas de
Setembro e Outubro para o processo.
Por Agência Lusa.
A UNITA manifestou-se ontem preocupada com a falta de dinheiro no
Ministério da Administração do Território para continuar o registo eleitoral.
A situação foi abordada em conferência de imprensa dirigida pelo líder
da UNITA, Isaías Samakuva, para o balanço de seis fins-de-semana de diálogo com
os munícipes de Luanda.
Segundo Isaías Samakuva, essa informação consta do último relatório do
Ministério da Administração do Território sobre o processo de registo
eleitoral, para as eleições gerais de 2017, entregue à Comissão Eleitoral
Nacional (CNE).
“Ficamos a saber, afinal, que o MAT não tem dinheiro. Afirma-se no seu
relatório que até à semana passada, o MAT não havia recebido ainda as quotas
financeiras dos meses de Setembro e Outubro. Ou seja, ainda não atingimos os 50
por cento dos objectivos estimados e já não há dinheiro para o registo
eleitoral”, disse Isaías Samakuva.
De acordo ainda com o líder da UNITA, na mesma condição encontra-se a
CNE, a supervisora do processo, que está sem dinheiro para que os seus agentes
consigam sair das sedes municipais para as comunas e aldeias e os que estão em
Luanda não conseguem sair para o interior do país.
A preocupação daquela força política vai também para o facto de ter sido
escolhida a época das chuvas para a realização do registo eleitoral de cerca de
10 milhões de cidadãos, tendo deixado para o fim as áreas mais problemáticas em
saneamento básico e locomoção das pessoas.
“E isto inclui mais de metade da população eleitoral, dos quais cerca de
um terço reside nos municípios de Luanda”, referiu.
O político realçou ainda que na ronda efectuada constatou que os níveis
de confiança dos cidadãos no processo eleitoral continuam baixos, pela
realização do processo pelo MAT ao invés da CNE.
“Afirmam mesmo que tal facto indicia motivações fraudulentas. Outros
acreditam que a organização e controlo do registo presencial por dirigentes do
MPLA compromete à partida a lisura e a transparência de todo o processo
eleitoral e por isso acham que não vale a pena participar”, indicou.
“A grande maioria acredita que o seu voto pode trazer a mudança que o
país exige, mas não numa eleição organizada e controlada pelo governo, pois os
governantes são parte de uma força política concorrente das eleições”, disse.
Isaías Samakuva apelou às entidades competentes a incrementar as ações
de sensibilização dos munícipes para maior adesão ao processo de registo
presencial, face ao nível ainda baixo de participação.
“Devem também estabelecer e divulgar amplamente a localização dos postos
fixos de registo no interior dos chamados bairros periféricos, lá onde vivem as
grandes maiorias, pois a mobilidade excessiva das brigadas foi apontada por
muitos munícipes como um grande constrangimento", referiu.
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