“Crise não se resolve com medidas isoladas” – Filipe Nyusi
Fonte: A Verdade
Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi |
O Presidente da
República, Filipe Nyusi, defendeu, ontem, na cidade da Beira, a capital da
província central de Sofala, que a crise económica e financeira com que o país
se debate nunca se pode resolver de forma isolada, mas através de uma
conjugação de uma série de acções.
O Chefe do Estado
moçambicano falava à imprensa, momentos depois de inaugurar algumas unidades
económicas, incluindo uma fábrica de cimento e outra de processamento de feijão
‘bóer’, no quadro da visita de trabalho de quatro dias.
Antes, Nyusi visitou
uma fábrica de processamento de pescado (PescaMOZ), localizada no Porto da
Beira, e inaugurou, no mesmo recinto, a unidade Terminal de Triagem de Camiões,
acto que teve lugar no final da tarde, depois de, pela manhã, ter escalado o
distrito de Machanga e ter orientado uma sessão extraordinária do governo
provincial, alargada aos administradores distritais, presidentes dos conselhos
municipais e outros quadros.
“A crise não se pode
resolver isoladamente. Uma série de coisas devem ser desencadeadas e uma delas
é esta”, afirmou Nyusi, numa referência as unidades económicas que acabava de
visitar e inaugurar. Realçou que nas visitas que vem efectuando pelo país, tem
transmitido, à população, uma mensagem de apelo ao aumento da produção, “mas isso
implica uma cadeia de actividades”.
Segundo o estadista
moçambicano, a mensagem de sensibilização para o aumento da produção está a ser
compreendida, mas surgem problemas que tem que ver, por exemplo, com o acesso
ao mercado, armazenamento, processamento, entre outros.
Neste contexto, Nyusi
afirmou que as unidades fabris, ora inauguradas, integram essa cadeia de valor
e são parte da solução dos problemas do país.
“É extremamente
importante completar o nosso discurso de apelo à produção, colocando a fábrica
que transforma, o armazenagem e o próprio mercado”, afirmou. Aliás, no comício
que orientou na vila-sede do distrito de Machanga, cerca de 400 quilómetros da
cidade da Beira, o Presidente da República focalizou a sua mensagem na
necessidade de aumento da produção como forma de fazer face ao elevado custo de
vida que afecta não só a população daquele ponto do país, mas também todo o
país e o mundo, em geral. Uma das preocupações colocadas ao Chefe de Estado
pela população de Machanga foi a fome, resultante da fraca colheita na campanha
agrária ora em curso, devido à estiagem, mas também a insegurança provocada
pelos ataques armados da Renamo.
“Preparem as vossas
machambas”
Em Sofala, Nyusi
desafiou a população a preparar, o mais cedo possível, a próxima campanha
agrária, pois há previsões de chuvas normais.
“Comecem agora a
preparar as vossas machambas. O elevado custo de vida deve-se à fraca produção.
Por isso não queremos que uma família chore de fome enquanto chover. Vamos
trabalhar”, exortou Nyusi, vincando haver condições para Machanga poder se
desenvolver.
Quanto à tensão
militar, Nyusi reiterou a disponibilidade do governo em tudo fazer para o
alcance da paz e apelou a população para rejeitar quaisquer acções que atentem
contra a estabilidade do país.
Ataques
A população do distrito
de Machanga, na província de Sofala, manifestou o seu total repúdio aos ataques
protagonizados pelos homens armados da Renamo, sobretudo nas regiões Centro e
Norte de Moçambique. Numa mensagem apresentada ao Presidente da República,
Filipe Nyusi, que esta segunda-feira escalou aquele distrito, no arranque da
sua visita de trabalho de quatro dias a esta parcela, a população disse estar a
viver sempre na incerteza por temer ser surpreendida pelos ataques. “Vivemos
tristes por causa dos ataques dos homens armados da Renamo. Vivemos na
incerteza. Basta de lágrimas de terror”, destaca a mensagem. Contudo, a
população diz esperar que as múltiplas mensagens proferidas pelo Chefe de
Estado, incentivando o diálogo para o alcance da paz efectiva, se traduzam em
realidade e que a Renamo entenda a necessidade de diálogo para a estabilidade.
“Apelamos ao diálogo. E’ pelo diálogo e não pelas armas que Moçambique irá
crescer”, vinca a mensagem.
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