NUNCA O BNA ESTEVE TÃO NEGATIVAMENTE NA BOCA DOS CIDADÃOS
Por Adão Weka
Anteriormente ser empregado do Estado,
adstrito ao Banco Nacional de Angola (BNA), era motivo de status e cheirava a
competência. Hoje, para muitas famílias, a imagem do funcionário do banco
central está meramente ligada a incapacidade de inspiração, inovação e criação
que se tem repercutido negativamente na vida delas.
Portanto, reconhece-se que o poder «cambial»
das famílias angolanas já era exíguo desde o mês de Janeiro passado, mas
tornou-se mais insignificante, após o Presidente da República, José Eduardo dos
Santos, traído pelos diplomas académicos de Walter Filipe e por lobistas que
intercederam a favor deste, nomeou-lho a Governador do Banco Nacional de
Angola.
A princípio, contrariamente aos académicos, a
nomeação de Walter Filipe foi bem acolhida pela massa popular (maioritariamente
leiga), face aos credenciais do agraciado: um homem jurista - virado para vertente
económica e empresarial e proprietário intelectual de uma obra literária, intitulada:
“O Banco Nacional de Angola e a crise financeira”, onde o autor revelou-se (aos
olhos das pessoas) capaz de grandes desafios. Ledo engano.
Posto no cargo, cujo maior objectivo é o de
criar políticas monetárias, financeira e cambial, Walter Filipe revelou-se
incapaz de os fazer, se os concebeu, falhou.
Ao invés de reconhecer o próprio fracasso e
depositar total atenção na criação de políticas que facilitem o acesso de
divisas aos cidadãos, o jovem governador desperdiçou energias atribuindo culpas
às kinguilas (mulheres que se dedicam a compra e venda ilegal de divisas).
Entretanto, se calhar vista como a única solução
para estabilizar o exercício financeiro e cambial, o Comité de Política
Monetária do BNA, sob orientação de Walter Filipe, recomendou, sem qualquer
estratégia de actuação e coordenação, às autoridades competentes maior controlo
e responsabilização dos agentes promotores do mercado informal de moeda
estrangeira.
Posto desse modo, os Operativos do SIC e da Polícia
Nacional entraram em acção, as kinguilas sofreram. E há evidências de que boa
parte dos dinheiros apreendidos não foram lacrados e enviados às autoridades de
direito, mas sim, repartidos entre os diferentes agentes do MININT que
estiveram na referida operação.
No caso vertente, só o Estado saiu a perder,
muito por graça às estratégias tomadas pela actual direcção do BNA.
0 comentários: