TIPO BOKO HARAM: POLÍCIA ANGOLANA MATA 27 PESSOAS E APRISIONA OUTRAS EM CASSONGUE
Muito já se foi dito sobre o acto típico de extermínio de cidadãos
sulanos, ocorrido em Cassongue, Província de Kwanza Sul, mas a verdade é que os
diferentes actores que se debruçaram sobre o facto em concreto deixaram-se
esquecer de alguns importantíssimos detalhes.
Por Quintas dos Santos
Porém, fazendo fé
nas informações à disposição do público, em acto similar
aos perpetrados pelos 'jihadistas' do Grupo Terrorista Boko Haram, na República
nigeriana, um Comando unificado entre a
Polícia Nacional e as Forças Armadas Angolanas (FAA) entrou na madrugada do
passado dia 14.08.16, no interior de Cassongue, dizimando selectivamente (sem
causa aparente) todos os homens, num total de 25, conotados a Igreja A Luz do
Mundo – de José Julino Kalupeteka, este, condenado a 28 anos de prisão pelo Tribunal
Provincial do Huambo, a 05.04.16.
Como o faz o Boko
Haram na Nigéria e noutras paragens africanas, os Operativos da Polícia de
Kwanza Sul, instruídos pelo comandante local, invadiram uma aldeia no interior
de Cassongue, onde viviam em pacífico isolamento, 18 famílias, sobreviventes do
massacre do Monte Sumy - Huambo (também este protagonizado pela Polícia e o
Exército no dia 16.04.2015), e, para o espanto de todos, começaram a disparar
indiscriminadamente contra os moradores, resultando deste acto tresloucado, a
morte de cinco pessoas, sendo duas crianças (de 10 e 12 anos de idade), uma
mulher e dois homens, tal como noticiou o Jornal Folha 8, de William Tonet.
Entretanto, face ao
massacre, a população reagiu, tendo desarmado e morto dois agentes da Polícia. Visto
isso, o chefe da operação enlouqueceu e pediu reforço que acabou por ser
excessivamente desproporcional, pois foram ao local cerca de duas companhias de
agentes da Polícia de Intervenção Rápida e igual das Forças Armadas. Dito isso,
podemos facilmente imaginar o massacre que terá ocorrido de seguida.
No caso vertente,
alguns poderão advogar não haver similitudes entre a mais recente operação
levada acabo pela referida Coligação castrense angolana e os constantes ataques
do Boko Haram na Nigéria, Camarões ou no Chad. Mas a verdade mesmo é que há. O
que não existe é uma semelhança na forma de ser e estar entre as forças de
segurança nigerianas e angolanas.
No entanto, o
raciocínio é lógico e por isso de fácil entendimento: as Forças Armadas, a
Polícia de Intervenção Rápida e a Ordem Interna nigerianas têm sacrificado suas
vidas em defesa do povo, nas lutas travadas diariamente contra o Grupo
Terrorista Boko Haram.
Já em sentido
contrário ao objectivo pelo qual foi criado, o exército e as forças de
segurança interna de Angola, sempre sob alegada ordem superior, expropriam e matam
o seu próprio povo.
Até dá a sensação
de que há raríssimas diferenças no radicalismo expresso pelo MPLA, partido que
sustenta o Governo em Angola desde 1975 – data que marca a independência do
país, e o Boko Haram, na Nigéria. Pois, o grupo terrorista nigeriano mata sem dó,
todos quantos não comunguem a sua fé.
Cá em Angola, o
governo do MPLA mobiliza toda máquina do Estado para dificultar a vida a todos
quantos se revelem da oposição, activistas cívicos ou jornalistas críticos à governação,
alguns mesmo acabam mortos nesta estrada.
0 comentários: