"SEM EUROPA ESTAREMOS TODOS MAIS FRACOS" - ANTÓNIO COSTA
António Costa e o Presidente francês François Hollande |
O primeiro-ministro falou após a reunião de socialistas e
sociais-democratas nos arredores de Paris.
Fonte: Público
O primeiro-ministro, António Costa, reiterou hoje em
Paris a importância da União Europeia face "à ameaça terrorista, à
necessidade de uma gestão solidária do fluxo de refugiados" e a uma
pacificação dos conflitos às portas da Europa. "Como sempre aconteceu ao
longo destes 50 anos é com a Europa que nós conseguiremos melhor resolver cada
uma destas ameaças e sem Europa estaremos todos mais frágeis para enfrentar
estes desafios", disse António Costa no final do Encontro de Líderes
Socialistas Europeus, no Palácio de La Celle Saint-Cloud, nos arredores de
Paris.
O primeiro-ministro vincou que os dirigentes europeus
"têm de dar uma resposta clara" aos desejos dos cidadãos no sentido
de "que a Europa seja capaz de retomar nas suas mãos o seu próprio destino
em matéria de segurança, em matéria de desenvolvimento económico, em matéria de
garantia do modelo social", considerando que "a Europa é capaz de
responder aos grandes desafios da economia de hoje".
"Separados, estaremos todos mais frágeis para
responder do que estando juntos. Nem sempre é fácil estar juntos, todos sabemos
isso, mas separados ficará cada um de nós certamente em piores condições de
responder à ameaça terrorista, à necessidade de uma gestão solidária do fluxo
de refugiados, ao esforço que em conjunto temos de fazer para pacificar os
vários conflitos que existem nas fronteiras da Europa", continuou.
António Costa, também secretário-geral do PS, falou
ainda na necessidade "de apoiar o desenvolvimento, em particular, da
África" e da resposta conjunta "a um mercado interno que não gere
desequilíbrios, que não seja só uma moeda única mas uma moeda de prosperidade
partilhada para todos".
O chefe de Governo disse ainda que o encontro serviu
para os dirigentes vincarem a necessidade de passar a mensagem de que
perceberam que "os cidadãos sentem que há hoje um problema porque sentem,
quer na segurança, quer no emprego, quer nas expectativas de futuro, quer
quanto à defesa do modelo social que a Europa não tem cumprido aquilo que é a
sua promessa fundamental de protecção dos cidadãos".
Para António Costa, é esse estado de espírito que
"tem alimentado decisões como a do Reino Unido de sair da União
Europeia", assim como "grandes correntes populistas em muitos países
da Europa".
António Costa participou hoje no Encontro de Líderes
Socialistas Europeus, uma reunião presidida pelo presidente francês, François
Hollande, e que contou igualmente com o primeiro-ministro francês, Manuel
Valls, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Marc Ayrault, e o
primeiro-ministro grego Alexis Tsipras, como observador.
Na reunião também estiveram presentes o presidente do
Parlamento Europeu, Martin Schulz, a vice-presidente da União Europeia,
Federica Mogherini, o comissário europeu para os assuntos económicos, Pierre
Moscovici e o ministro alemão da Economia e da Energia, Sigmar Gabriel, entre
outros dirigentes socialistas europeus.
O encontro começou com um almoço de trabalho no
palácio que chegou a ser visitado pelos reis Luís XIV e Luís XV, pertencendo
atualmente ao ministério francês dos Negócios Estrangeiros.
O encontro foi dedicado à preparação da Cimeira de
Bratislava (Eslováquia), que terá lugar a 16 de setembro, e de acordo com o
comunicado de imprensa da presidência francesa enviado à agência Lusa, a
maratona negocial vai continuar nas próximas semanas com François Hollande a
receber o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, a 31 de agosto em Paris,
e com uma reunião em Atenas, a 09 de setembro, que vai reunir os líderes dos
países do sul da União Europeia, entre eles Portugal.
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