O calvário do mediador do acordo que antecedeu Bicesse
William Tonet |
Fonte : F8
O mês
de Maio passou, com ele as celebrações dos Acordos de Bicesse, rubricados por
José Eduardo dos Santos e Jonas Savimbi, precisamente a 31 do mês em referência
de 1991, na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, na República portuguesa. Aquele acordo “pontapeou” para fora
de Angola o regime comunista de então, e escancarou, ainda que titubeante, as
portas para democracia, permitindo assim, a realização das primeiras eleições-gerais,
e outras práticas associadas a democracia.
Entretanto,
para todos os angolanos, o mês de Maio representa o marco da paz, da liberdade,
coabitação pacífica na diferença e da emancipação económica, se quisermos.
O mês
que tanto exalto não só registou o Bicesse, o Maio registou também os acordos
do Alto Kauango, que se torna ainda mais importante por ter sido o primeiro
pacto mediado por um cidadão nacional. O acordo supra entre o MPLA (Governo) e
a UNITA (rebelde) ocorreu no 19 do mês e ano enunciados, e foi mediado pelo
jornalista William Tonet, director-geral deste jornal.
WT assinando a acta de reunião entre os beligerantes (MPLA) (UNITA) |
Pois,
a calma das tropas de ambos os lados e o silêncio das armas de fabrico russo e
americanos, gerados pelo pacto de Alto Kauango permitiu uma negociação de
confiança entre os beligerantes (MPLA vs UNITA) em Portugal.
Por
isso mesmo, o “Kauango” deveria ser motivo de regozijo e de
reconhecimento interno e externo. Mas, infelizmente, por além de seus esforços
positivos serem relegados para o esquecimento, William Tonet é perseguido,
achincalhado e vilipendiado por todos quantos acham que dizer que os cerca de 4,3 milhões de dólares doados a
República de Angola, pela Organização Não-Governamental (ONG) internacional The
Global Fund, que seriam destinados ao programa de combate à malária no país, foram
desviados e por conta disso, várias crianças morreram por falta de medicamentos
nos hospitais, é odiar o Presidente da República e o país; por aqueles que
acham que somente dizer, mesmo que seja a mais pura verdade, que o Presidente
da República está com um consulado excessivamente longínquo, é odia-lo a ele e
ao país; ou ainda por aqueles que acham que somente dizer que a selecção sénior
masculina de futebol tem perdido muito, daí a necessidade de mais e melhor
investimento, também é odiar o Presidente e o país.
Por isso mesmo, ao invés de ser
recordado ou protegido pelo estado, sob vários pretextos que não vale apena
chama-los aqui, WT perdeu o direito de exercer advocacia, e por orientação
sabe-se lá de quem, as empresas públicas e privadas deixaram de publicitar suas
marcas no jornal dirigido ele, com agravante de algumas gráficas se negaram
imprimir o referido jornal, F8.
Portanto, todas essas medidas
irresponsáveis e antipatrióticas, são tomadas com o objectivo de desprover o
jornalista de meios que possam gerar sustento à sua família. Infelizmente.
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