HIGINO CARNEIRO LEVADO A ERROS NA QUIÇAMA
Nos últimos tempos,
as nomeações e exonerações realizadas no município da Quiçama pelo punho do
governador e 1º secretário do MPLA em Luanda, general Higino Carneiro, sob alegada
proposta do administrador local, Vicente Soares, este que num passado recente
foi ancião das Testemunhas de Jeová, têm causado não só fricções no seio dos militantes,
bem como também têm retraído a acção do Partido, em favor da oposição que
paulatinamente vai marcando posições.
Como dito
acima, as nomeações e exonerações são realizadas pelo governador sob proposta
do administrador, mas segundo as nossas fontes, as propostas citadas não
procedem do chefe do executivo da Quiçama, mas sim de Alberto Cavuquila,
administrador do município de Cacuaco, por alegadamente ter sido ele quem teria
indicado Vicente Soares para administração da Quiçama. Tornou-se um fantoche? A
ver vamos.
A verdade
porém é que a Quiçama tem sido ao longo dos anos, a maior praça eleitoral favorável
ao MPLA, na capital. No pleito de 2012 por exemplo, o maioritário ganhou todos
os votos, deixando os partidos da oposição sem esperanças na zona.
Mas pelo
andar da “carruagem”, tal proeza poderá não se repetir em 2017, face a
intensificação das actividades políticas da oposição, associada as fricções no
seio dos camaradas ao nível local.
Fazendo
fé nas informações em nossa posse, os elementos ora nomeados para a
Administração Municipal e indicados para o Comité Municipal do partido, além de
serem desconhecidos pelo próprio Vicente Soares, demonstram, à par daquele,
pouca capacidade e falta de experiência, embora no campo governamental contem
ainda com alguns indivíduos experientes herdados da anterior gestão. Vicente
Soares tem sido ladeado um grupo de dirigentes “duvidosos”, com militância
questionável no partido, que terão sido postos na estrutura directiva por
orientações vindas de camaradas de Luanda, onde Carlos Alberto Cavuquila é citado
como o principal impulsionador, já que é oriundo da zona.
Durante a
realização das conferências municipais, Cavuquila terá indicado (a Vicente
Soares) maior parte dos nomes que compõem a direcção da comissão e secretariado
executivo do partido na Quiçama, incluindo o actual 2º secretário, assim como a
directora do gabinete de comunicação institucional e imprensa da Administração
Municipal, que lhe é bastante próxima. Há dias, desdobrou-se ainda em
contactos, na Capital, a fim de afastar outros quadros, na pretensão de fazer
vincar os seus interesses.
Tais
factos, porém, já foram levados também do conhecimento das estruturas centrais
do MPLA em Luanda, tendo para o efeito sido destacada à Quiçama uma delegação
encabeçada pela coordenadora da comissão de auditoria e disciplina do Comité
Provincial, Maria Catarina Beua, para constatar “in loco” os acontecimentos,
embora até hoje as conclusões sejam desconhecidas.
Por ser
um elemento alheio ao MPLA, Vicente Soares, embora seja natural da Quiçama, foi
eleito primeiro secretário do partido na região, por imposição superior, em
virtude da necessidade, sentida pelo governador Francisco Higino Lopes
Carneiro, de compatibilizar o cargo governamental ao nível dos municípios de
Luanda com a estrutura directiva partidária, visando, segundo este, dar maior
autoridade e poder aos governantes da Capital face aos obstáculos que se
verificaram nos elencos anteriores.
A
indicação do sacerdote das Testemunhas de Jeová, Vicente Soares, parece,
contudo, não fazer parte desta pretensão, dado que demostra falta de carisma
político para levar adiante tal missão. O administrador e 1º secretário do MPLA
na Quiçama nem conhece sequer metade das pessoas que colocou na lista para
integrar o Comité Municipal ou a Administração do Município. E tal não seria
possível, uma vez que se encontra lá há pouco tempo. Até agora já terá
exonerado mais de 45 funcionários da Administração e renovado em mais de
noventa por cento o partido. O nepotismo e o egoísmo parecem já ter viciado a
alma do pastor Vicente Soares, que vai dando sinais nesse sentido, adoptando
também uma postura arrogante com muitos dirigentes locais, sob uma alegada
protecção do Governador da Província de Luanda, general Higino Carneiro, a fim
de fazer como melhor lhe convier a gestão governamental e partidária daquela
jurisdição territorial.
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