PORTUGUÊS ACUSADO DE ORQUESTRAR AGRESSÃO CONTRA ANGOLANO
Fonte: Folha8
Luanda: José Guedes, empreiteiro português e administrador das Torres Elizeu, sitas na baixa de Luanda, é acusado de ser o autor moral da agressão de que foi vítima o cidadão angolano, Nazaré Narciso. Contactado, o visado diz-se inocente.
Luanda: José Guedes, empreiteiro português e administrador das Torres Elizeu, sitas na baixa de Luanda, é acusado de ser o autor moral da agressão de que foi vítima o cidadão angolano, Nazaré Narciso. Contactado, o visado diz-se inocente.
Segundo a
vítima, a “pancadaria” ocorreu na manhã do dia 03.03.16, num dos edifícios do
Kinaxixi, após se ter dirigido à residência de José Guedes para cobrar uma
divida antiga.
Chegado ao
local, o jovem angolano solicitou à doméstica de casa para o anunciar ao
patrão. Este instruiu a empregada para que pedisse ao jovem para o
aguardar, enquanto ele tomava o banho matinal e de seguida o pequeno-almoço.
Assim sucedeu.
O caricato foi
que após mais de uma hora a ser aguardado, o empreiteiro português, já arrumado
e pronto para actividade laboral, saiu de seu apartamento, no terceiro andar do
prédio, na companhia da esposa, cunhado e mais alguns rapazes lavadores de viaturas
na zona, passou pela vítima, sem o cumprimentar, tão pouco o questionou sobre o
que pretendia, já que fora ele quem o teria mandado aguardar.
“O azar foi eu
tê-lo chamado. Disse-lhe, diante daquela gente toda que desejava somente
receber o dinheiro que ele me devia. Em resposta, disse-me que eu era burlador
e caso eu insistisse em falar com ele, me bateria ou me mataria sem
consequências, dado que ele tem muitos amigos na Polícia Nacional”, contou,
acrescentando, que, “de seguida deu-me uma bofetada na cara e os rapazes à
volta dele, desferiram-me muitos golpes. Fui agredido a sério, eu só ouvia o
Sr. Guedes dizer que me iam matar ali mesmo. Implorei por socorro ou clemência,
mas nenhum deles se comoveu. Saí vivo graças à intervenção de um senhor que se
identificou como operativo da Polícia”, lembrou o jovem.
“Racismo ao rubro”
Entretanto,
por além desta denúncia, José Guedes também é acusado de maltratar e
menosprezar outros angolanos, sobretudo os mais pobres. Ele é temido por todos
os empregados que mantêm a higiene e a inviolabilidade das Torres Elizeu.
“Ele (Guedes)
humilha todo o mundo. Os escritórios das empresas que operam neste prédio, têm
ambos um quarto de banho cada, o WC dos trabalhadores de base fica na cave, mas
mesmo assim, o senhor Guedes tem-nos proibido de o usar, copiosamente, também
tem-nos proibido de usar o elevador do edifício. De viva voz ele chama-nos de
pretos”, contou uma fonte, adicionando, que, “há tempos, o Sr. José Guedes
tratou um segurança de «preto de pés-descalços». Portanto, ele não nos respeita
mesmo estando na nossa terra”, recordou.
No entanto, a
lista de pessoas insatisfeitas com a postura do empresário português é enorme,
mas contactado a propósito, José Guedes desdramatizou a situação.
Ao Folha 8,
ele disse que nunca ameaçou matar ou bater em alguém, tão pouco orquestrar uma
agressão. Quanto ao dito pelos trabalhadores do edifício administrado por ele,
Guedes não confirmou nem fez o contrário, alegou ter tomado boa nota da
denúncia e que retornaria o contacto com o nosso jornal.
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