JOÃO LOURENÇO PREPARA-SE PARA O CAZENGA

Fonte: Opais
João Lourenço chegou! Diz a anciã, eufórica, em pleno Cazenga, pedaço territorial da capital nascido para ver moldar a História. O 4 de Fevereiro, há mais de cinquenta anos, foi lá que desabrochou. É um marco de resistência, é uma forja de heróis. Para o MPLA, a conquista de Luanda começa ali.

Disputada praça eleitoral do país, Luanda, a megametrópole que acolhe perto de um terço da população total do país. Amanhã, 4 de Março, será dia de João Lourenço, o candidato a Presidente da República pelo MPLA, estar com os luandenses, falar para eles, transmitir-lhes a visão de um país a construir. Vai ser no Cazenga, numa opção que não resulta de um pim-pampum qualquer, mas antes de uma escolha cirúrgica, feita a dedo, pelo enorme simbolismo que a circunscrição encerra. Um sábado desde logo diferente, para ficar marcado a ferrete nesta caminhada que o partido da maioria vai fazendo em espantosa solidão, porque quem o deveria acompanhar – os partidos adversários – dormem o sono molengão que depois torna trabalhosa a tarefa da recuperação perto da meta.

Depois da Huíla, Lunda Norte e Bié, o candidato que o MPLA lançou para a missão de abrir caminho para a vitória eleitoral em 2017 «entende-se» com Luanda, a efervescente e complexa Luanda, que tem a arte de se transformar no caldeirão que melhor sintetiza o modo de ser e de estar do povo que nos dá identidade. É neste território, gigantesco o suficiente para desequilibrar qualquer disputa eleitoral, que se refinam a lealdade e a contestação, a controvérsia e o apoio incondicional, num esgrimir de argumentos que se faz a diário e sem precisar de momentos de mobilização partidária.

Nesta cidade enorme de fronteiras movediças, que todos os dias tem bairros novos para cadastrar e consegue ser o suplício eterno de quem a tenta domar pela arte da governação, é o lugar da política por excelência, porque o frenesi dos seus actos molda os munícipes para o debate, o reparo, a crítica, a opinião. É aqui que dificilmente o cidadão prescinde do seu direito à expressão livre, porque o fazer-se ouvir na espécie de selva de betão erigida apressadamente, tornou-se, ele mesmo, um modo de se lutar pela sobrevivência. Luanda não é um lugar qualquer, uma praça qualquer, uma tribuna qualquer.

Que se repesquem as memórias das primeiras eleições, vinte e cinco anos atrás, quando um certo movimento de guerrilha assentou arraiais na urbe e, logo logo, revelou dramáticos sinais de inadaptação. Não investiu na empatia, distanciou-se do povo e, pior, intimidou-o com tudo o que teve à mão – armas, discursos, más lembranças -, edificando uma espiral de ódio que só poderia terminar como terminou.


Angola ficou a conhecer o melhor exemplo daquilo que é proibido fazer quando se vai para uma disputa eleitoral! O MPLA demonstrou sempre estar muito acima destes desencontros e desalinhamentos, fazendo mesmo do enraizamento no seio das massas o seu trunfo essencial, o seu activo mais precioso. E amanhã, 4 de Março, será essa aura de conforto, essa mística que vem de longe, o espírito a reavivar por João Lourenço no emblemático Cazenga, num showmício que a organização espera vir a representar uma réplica à altura dos memoráveis banhos de multidão vividos na Huíla e no Bié. Porque este tipo de concentrações populares permite leituras para dentro, «fala» para o interior do partido, mas tem também a missão de mostrar aos «outros» a força avassaladora com que se conta, com que se vai à luta. Cazenga é, pois, um acto político de massas com missão laboratorial!
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