EDUARDO KWANGANA É DITADOR?

Eduardo Kwangana - presidente do PRS
O presidente do Partido de Renovação Social (PRS), Eduardo Kwangana, está à frente da referida organização política mais de 25 anos, ou melhor, desde a fundação do partido, a 18 de novembro de 1990.

De lá para cá, segundo fontes do interior do partido, Eduardo Kwanga foi eleito presidente do PRS durante a Primeira Conferência (único conclave com múltiplas candidaturas), em 1990/91, ao qual cilindrou os demais concorrentes.

Após mais de 25 anos à frente do partido e a concorrer a solo pela sua liderança, Kwangana passou alegadamente a desenvolver atitudes menos cortês: como arrogância, violação sistemática dos estatutos, desobediência às decisões tomadas pelo Comité Nacional (órgão deliberativo do partido), bem como agindo ao seu bel-prazer.

Sapalo António - aspirante a presidente do PRS
No entanto, será que as características alegadamente adoptadas por Eduardo Kwangana ao longo dos seus 26 anos à frente do 4º maior partido angolano, são suficientes para considerar o homem de Ditador? Para melhor respondermos a questão, consultemos os guias de história e política.

Ora, os manuais de história-política garantem que o «Ditador era o título de um magistrado da Roma Antiga apontado pelo senado romano para governar o Estado em tempo de emergências». No sentido moderno, refere-se a um governante absolutista ou autocrático que assume solitariamente o poder sobre o Estado (apesar de o termo não ser aplicado a monarquias absolutistas).

Continuando, «os ditadores romanos eram geralmente apontados por um cônsul e eram investidos de avassaladora autoridade sobre os cidadãos, mas eram originalmente limitados por um mandato de seis meses e não possuíam poderes sobre as finanças públicas. Sula e Júlio César, entretanto, aboliram estas limitações e governaram sem estas restrições. Os romanos abandonaram a instituição da ditadura após o assassinato de César». De lá para cá, a nível mundial, a ditadura deixou de ser uma instituição e passou a ser adoptada por indivíduos, que usam toda máquina do Estado de acordo a sua vontade.

Segundo algumas pesquisas modernas de psicologia, o poder de facto tem um efeito sobre a psique de quem o exerce. O exemplo mais famoso é do Experimento da Prisão de Stanford em 1971.
Já Bruce Bueno de Mesquita, cientista político norte-americano, advoga em seu livro intitulado: “O manual do ditador”, que “o interesse pessoal, e não o bem comum, é o que move um governante e os ditadores”. Quase ao mesmo diapasão, Felipe Asensi, doutor em sociologia, define o ditador como “aquele que busca tomar decisões e impô-las sobre as demais pessoas sem qualquer diálogo. Com frequência, tais decisões vêm acompanhadas de um forte grau de injustiça e intolerância, afastando-se radicalmente de características mais democráticas”.
No caso vertente, o que faz o político angolano Eduardo Kwangana? O mesmo é presidente do Partido de Renovação Social (PRS) há mais de 25 anos. Tem concorrido a solo à liderança da organização. Blindando os seus próprios interesses, com acções, menospreza as decisões tomadas pelo Comité Nacional, recusando-se a convocar o IVº Congresso Ordinário do partido, por alegadamente perceber que haverá concorrentes que estão realmente dispostos a puxá-lo ao tapete.
Portanto, qualquer semelhança entre os actos de Eduardo Kwangana e as definições de ditadura enunciadas, se calhar não é mera coincidência.
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