JONAS SAVIMBI FOI MAIOR QUE AFONSO DHLAKAMA

Jonas Savimbi - foto tirada dez anos antes do final do século 20
Nos últimos tempos, tem sido crescente a tendência de se assemelhar a pessoa e dimensão de Jonas Savimbi, então líder fundador da UNITA, a Afonso Dhlakama, presidente da RENAMO - segundo maior partido de Moçambique, desde 1979.

De forma equivocada, alguns estudiosos, chefias militares e cidadãos comuns em Angola e em Moçambique defendem que a paz naquela Pérola do Índico só seria definitivamente conseguida se as administrações de Chissano, Armando Guebuza e agora a de Filipe Nyusi adoptassem a estratégia (rendição ou morte) de José Eduardo dos Santos, que com ajuda das conhecidas potências do planeta terra, pôs termo ao percurso histórico de Jonas Savimbi.

Na verdade, diferente de Afonso Dhlakama que (embebedado pelas mordomias da cidade) aceitou vários resultados eleitorais que ele mesmo considerava fraudulentos, desde os Acordos Gerais de Paz (cujo teor só ele se prontificava a cumprir), rubricados em Roma, a 4 de outubro de 1992, Jonas Savimbi era de trato fácil, mas de difícil negociação.
Afonso Dhlakama - século 21

Em momento algum Jonas Savimbi levaria uma década para perceber que apenas ele cumpria os acordos de paz, e os exemplos estão aí à mão de semear.
O velho Jonas - como era carinhosamente tratado pelos seus, criou um movimento de libertação nacional (a UNITA), que com fundos próprios formou centenas de quadros a nível nacional, fez do Galo Negro a organização política dominante na tribo demograficamente mais representativa do país, privou com os maiores ícones da história africana, forçou o Estado angolano a deitar para fora o comunismo e abraçar a democracia.

Portanto, é cientificamente recomendável que se deixe de assemelhar Jonas Savimbi a Afonso Dhlakama para justificar a morte deste, há muito planeada. O homem forte da oposição moçambicana já provou ser ligeiramente “dócil” e de fácil negociação, durante quase duas décadas de convivência lado-a-lado com a FRELIMO. Por sua vez, Jonas Savimbi foi um homem, parafrasear o polémico pastor angolano Antunes Wambo: “de fibra grossa”.   
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