SIC OBRIGA SOBRINHO DE PITRA NETO A DEVOLVER MAIS DE KZ1.000.000 INJUSTAMENTE

Eugénio Alexandre - Director Nacional do SIC

Os operacionais dos Serviços de Investigação de Criminal (SIC), destacados na 1ª Esquadra da Polícia Nacional, sita na Ilha de Luanda, obrigaram o jurista Alfredo Pitra, a devolver mais de Kz1.000.000 aos cidadãos que terão sido burlados por um amigo e ex-colega deste.

Fonte: F8

Ora, de acordo as informações em nossa posse, Alfredo Pitra, sobrinho do ministro de Administração Pública Emprego e Segurança Social, Pitra Neto, foi enganado por Alfredo Estevão, seu ex-colega de sala no Complexo Escolar Dom Bosco – estabelecimento de ensino pertença dos Salesianos da Igreja Católica, de que era funcionário sénior do Departamento de Recursos Humanos do escritório da petrolífera brasileira Petrobras, sita na zona do Maculusso, em Luanda, e que, por via disso, dispunha de influência para enquadrar quem quer que seja.

Segundo alguns cidadãos que já foram alvos de suas mentiras e burla, Alfredo Estevão circula diariamente em diversos pontos da cidade de Luanda, no interior de sua viatura de marca i10, de cor preta, dispondo-se a dar boleia àquelas pessoas bem apresentadas que, a partida, percebe-se que estejam a caminho do local de trabalho ou da universidade.

No decurso da viagem, com um discurso alegadamente bem estruturado, Alfredo Estevão inicia a conversa falando sobre a actual conjectura económica do país, bem como o seu impacto na vida das famílias e, rapidamente passa a falar sobre ele mesmo – do seu alegado sucesso socioeconómico, atraindo suas vítimas com a conversa de que ele é quadro sénior do Departamento de Recursos Humanos da Petrobras, podendo empregar quem ele quiser, em troca de 150 a 100 mil Kz.
Ministro Pitra Neto - tio paterno da vítima

João de Carvalho, licenciado em Direito pela Universidade Gregório Semedo, diz ter-se encontrado pela primeira e última vez com Alfredo Estevão, numa manhã de terça-feira na via expresso, quando se dirigia ao município de Cacucaco, percurso que faz quase todos os dias.

“Ora, o táxi estava difícil, lá vi um i10 que buzinou para mim, o condutor baixou o vidro e acenou a mão em jeito de convite, rapidamente entrei ao carro e fomos. Ao longo do caminho, ele disse que se chamava Alfredo Estevão e de seguida perguntou-me sobre o que eu achava da actual situação económica e financeira do país e onde é que eu trabalhava, respondi-o que eu era jurista e que estava à procura do primeiro emprego. Foi aí que ele se ofereceu em me arranjar um emprego na Petrobras, tendo condicionado a oferta pela entrega de Kz200.000,00 que seriam pagos em duas prestações”, contou o jovem jurista, acrescentando, que, “tão logo regressei a casa, expliquei o sucedido ao meu irmão mais velho, mostrei-lhe inclusive o contacto telefónico dele (Estevão), foi aí que o meu kota avisou-me de que ele era bandido, pois já havia burlado o amigo do meu irmão que, caricatamente, foi colega de escola do próprio Alfredo Estevão, durante dois anos no Complexo Escolar Dom Bosco”, disse.

A maior vítima   

Entretanto, face as horripilantes informações prestadas por João de Carvalho sobre como Alfredo Estevão escolhe e rasteia suas vítimas, F8 envidou esforços para contactar diferentes vítimas do referido vilão, eis que encontramos Alfredo Pitra, sobrinho do ex-vice-presidente do MPLA e actual ministro da Administração Emprego e Segurança Social, Pitra Neto.

Segundo consta, o filho do ministro (pois na tradição africana sobrinho é filho) foi amigo e colega de sala de Alfredo Estevão no Complexo Escolar Dom Bosco, durante dois anos (2005/2006).

Após terem terminado o ensino de base, cada um tomou seu próprio rumo, Alfredo Pitra passou a viver e a estudar na Vila Alice. Já Alfredo Estevão, que vivia no distrito urbano do Sambizanga, viu sua residência ser demolida no âmbito do Programa de Requalificação de Luanda e transferido para a zona do Zango.
“Desde 2006 só voltei a vê-lo em Abril deste ano, no Bela Shoping. Fiquei muito feliz ao vê-lo, apresentei-o à minha noiva que estava comigo e pensei que era um encontro ocasional, mas hoje percebo que não! Acredito que ele me havia rasteado”, presumiu, adicionando, “naquele dia conversamos sobre quase tudo. Ele disse-me que trabalhava na Petrobras e que se eu conhecesse mais gente que gostassem de lá trabalhar, era só avisa-lo”, recordou.

Entretanto, alguns dias após o encontro, o jovem Pitra informou o sucedido a alguns vizinhos desempregados que, rapidamente persuadiram seus pais a abrirem os cordões. O próprio Alfredo Pitra, que pretendia empregar a noiva e mais duas cunhadas, depositou 400 mil Kz na conta bancária do ex-colega Alfredo Serafim Estevão.

O azar de Pitra começou quando os seus vizinhos fizeram os seus respectivos depósitos na conta do jovem vilão, perfazendo um total de kz1.200.000,00 (UM MILHÃO E DUZENTOS MIL KZ). Após ter essa “avultada” soma em dinheiro em sua conta bancária sem o mínimo de esfoço, Alfredo Estevão passou a ignorar os SMS e as chamadas telefónicas do ex-colega e dos vizinhos destes, até ao momento.

Pitra foi “injustamente” obrigado a pagar dinheiro de vizinhos para evitar prisão

Ora, depois de várias tentativas para contactar o “burlão” Alfredo Estevão, Alfredo Pitra e os vizinhos se deslocaram ao escritório da Petrobras, onde foram informados de não haver nenhum trabalhador com aquela identificação.

Posto desta forma, os amigos e vizinhos de Pitra perceberam terem sido enganados, decidiram registar a ocorrência na 1ª Esquadra da Polícia Nacional, sita na Ilha de Luanda, onde, pelo simples facto de apresentar o ex-colega aos vizinhos, o sobrinho de Pitra Neto foi obrigado a pagar o dinheiro que os amigos depositaram na conta bancária de Alfredo Estevão, caso quisesse evitar a prisão.


“Não tive participação alguma nesta burla. Já expliquei ao investigador que apenas apresentei o Estevão a eles (vizinhos), não toquei no dinheiro de ninguém, eles tinham o terminal telefónico dele e foi por telefone que o Alfredo que por coincidência temos o mesmo nome, forneceu o número da conta bancária dele a eles. Inclusive, eu também depositei-o 400 mil Kz que serviriam para ele arranjar um emprego para minha noiva e minhas cunhadas”, desabafou agastado.
Esforços em contactar Alfredo Estevão redundaram em fracasso.


Voltaremos.    

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