MOÇAMBIQUE CONTINUARÁ A SER UM DOS ESTADOS MENOS DESENVOLVIDO DO MUNDO ATÉ 2025
Infelizmente,
a chamada “pérola do Índico” continua a ser um dos Países menos desenvolvidos
do mundo e deverá continuar a sê-lo em 2025, de acordo com o mais recente
relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD)
que ainda prevê que a desigualdade entre o nosso País e o resto do mundo
aumentará nos próximos anos, após uma queda no ritmo de crescimento económico
das nações mais pobres como Moçambique.
Desde da independência nacional, as opções de
desenvolvimento iniciais seguida por mais de década e meia de guerra civil
mantiveram o nosso País pobre. Com o advento da democracia e a entrada do
capitalismo seguiram décadas de crescimento pujante da economia onde a ajuda
internacional para o desenvolvimento somou-se ao investimento directo
estrangeiro, focado na exploração dos recursos naturais, porém esses biliões de
dólares resultaram acabaram por ficar nos bolsos de uma pequena elite
predadora, com ligações umbilicais ao partido Frelimo. Não só as desigualdades
agravaram-se como também aumentou o número de moçambicanos muito pobres.
Rendimentos per capita irrisórios, sistemas
educacionais e de saneamento frágeis, altas taxas de desnutrição,
analfabetismo, instabilidades económicas, desastres naturais e guerras é a
descrição da UNCTAD para os 48 países menos desenvolvidos, entre eles Moçambique,
sem incluir na análise as dívidas secretamente contraídas (com Garantias
ilegais do Estado) da Proindicus e da Mozambique Asset Managment(MAM).
Afeganistão, Angola, Bangladesh, Benin,
Butão, Burkina Faso, Burundi, Cambodja, República Centro Africana, Chade,
Comores, República Democratica do Congo, Djibouti, Guiné Equatorial, Eritrea,
Etiópia, Gambia, Guiné Conacri, Guinea-Bissau, Haiti, Kiribati, Lao, Lesotho,
Libéria, Madagáscar, Malawi, Mali, Mauritania, Myanmar, Nepal, Níger, Ruanda,
São Tomé e Príncipe, Senegal, Serra Leoa, Ilhas Solomon, Somália, Sudão do Sul,
Sudão, Timor-Leste, Togo, Tuvalu, Uganda, Tanzania, Vanuatu, Iémen e Zâmbia são
os restantes Países menos desenvolvidos do mundo.
O relatório da ONU que estamos a citar prevê
que a desigualdade entre os 48 países menos desenvolvidos e o restante do mundo
aumentará nos próximos anos.
Desde 1990, a proporção de pessoas sem acesso
à electricidade nos países do grupo aumentou para dois terços e agora elas
representam mais da metade do total mundial. Já o número dos que não têm acesso
à água potável duplicou e chega a 43,5% do total global.
Em Moçambique a energia eléctrica somente
chega a cerca de um quarto da população e o acesso a água potável canalizada é
de somente 21,8% dos moçambicanos.
As projecções das Nações Unidas indicam 16
destes Países, tendo em conta os esforços de desenvolvimento em curso, deverão
conseguir progredir significativamente e sair do grupo dos menos desenvolvidos
até 2024.
A recomendação da Nações Unidas é que se
evite a dependência das matérias-primas, como advogam os poucos economistas não
alinhados em Moçambique. Acelerar as políticas e os planos de graduação para a
transformação das economias rurais, combinar políticas industriais e um aumento
considerável do investimento público são as outras recomendações do relatório
da UNCTAD que ainda aconselha a aumentar o espaço fiscal e abordar a
desigualdade de género.
Mas mesmo cumprindo todas essas recomendações
da ONU, e com as esperanças do Gás Natural da Bacia do Rovuma começar a ser
produzido em 2021, Moçambique está entre os Países que ainda farão parte do
grupo dos menos desenvolvidos em 2025, de acordo com o relatório da Conferência
das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento.
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