WALTER FILIPE A FIGURA DO ANO
Por Redacção
Walter Filipe, o governador do Banco Nacional de Angola (BNA) é a nossa figura do ano de 2016. O rapaz feito governador pelos punhos do Titular do Poder Executivo, José Eduardo dos Santos, destacou-se pela forma tão ineficaz em que transformou o Banco central, entidade responsável pelo asseguramento e a preservação do valor da moeda nacional, segundo a Lei n.º 16/10, de 15 de Julho.
Walter Filipe, o governador do Banco Nacional de Angola (BNA) é a nossa figura do ano de 2016. O rapaz feito governador pelos punhos do Titular do Poder Executivo, José Eduardo dos Santos, destacou-se pela forma tão ineficaz em que transformou o Banco central, entidade responsável pelo asseguramento e a preservação do valor da moeda nacional, segundo a Lei n.º 16/10, de 15 de Julho.
O governante que tem a prestigiada função de
criar políticas monetárias, financeira e cambial, revelou-se, esse ano, um
autêntico fracasso. Para muitos consultores, técnicos da banca e não só, a
nomeação de Walter Filipe a governador do BNA foi um dos maiores erros
estratégicos de política económica realizado por José Eduardo dos Santos,
enquanto Titular do Poder Executivo.
Já outros entendem que o estadista angolano
terá sido traído pelos diplomas académicos exibidos por este e por lobistas que
intercederam a favor do mesmo. Pois, em abono da verdade, Walter Filipe,
jurista e ex-seminarista católico, é dono de um curriculum invejável - antes de
sua nomeação, publicou um livro “bastante” esclarecedor sobre a crise e a
banca, intitulado: “O Banco Nacional de Angola e a crise financeira”. Bom, o
presidente da República e as famílias angolanas esperavam que Walter Filipe
fosse tão articulado nas acções quanto o foi nos escritos de seu livro.
Infelizmente foi o contrário de todo.
Antes mesmo de os angolanos lamentarem ou
perceberem do mal que seria suas vidas do ponto de vista cambial, o Fundo
Monetário Internacional (FMI) manifestou descontentamento pela nomeação, ousando
mesmo dizer que tal «desprestigia a banca angolana». Mas preferimos fazer
descaso aos avisos.
O peso do
poder
Meses depois, ao invés de se ocupar
exclusivamente com as suas obrigações em prol das famílias angolanas, o poder atribuído
a Walter Filipe subiu-lhe à cabeça, levando o ex-seminarista católico a protagonizar
uma serie de nomeações que, segundo fontes, privilegiava a “afinidade”, em
detrimento do mérito. Fala-se inclusive que até a venda de divisa aos agentes
económicos «privados» “passou a ser discriminatória”.
Alega-se, entretanto que, com objectivo de alargar
o seu estabelecimento escolar (colégio), Walter Filipe acabou por esbulhar o
terreno de Moisés Sebastião António, sito na rua Santo António, na Província de
Luanda.
Rezam os factos que Moisés Sebastião António
tem a posse pública e pacífica de uma parcela de terra desde 1998, onde com
suor de suas próprias mãos, plantou mais de dezenas de mangueiras. Entretanto,
com o avançar da urbanização da cidade capital e a transformação de antigas zonas
agrícolas em condomínios, Moisés Sebastião iniciou o processo de legalização do
terreno na Administração local.
Fê-lo apresentando os competentes
comprovativos, bem como o pagamento de impostos ao Bairro Fiscal. Ora, passado
alguns tempos e, tardando a resposta dos órgãos da Administração do Estado,
quanto a legalização do terreno, eis que bateu-lhe à porta um emissário do
colégio adjacente ao seu terreno, propondo-lhe a venda, com base num contrato,
considerado a partida como leonino, dada as cláusulas desfavoráveis para o
proprietário. Confundindo o poder a ele
atribuído, os homens de Walter Filipe, obviamente sob orientação deste,
demoliram o muro e as plantações de Moisés Sebastião, levado a Tribunal, o
agressor venceu a causa.
Para muitos e parece o mais lógico, seria
papel dos governantes proteger e preservar os interesses dos cidadãos
governados ao invés de ser a fera que os abocanha.
jornalfalante@hotmail.com
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