PAZ DA SÍRIA CONFIGURA UMA VITÓRIA DA RÚSSIA SOBRE OS EUA E ALIADOS NA SÍRIA
Pela primeira vez a paz chegou à Síria desde o início das
hostilidades militares em 2011. Com ajuda da Rússia que obviamente pretende
firmar o seu poder sobre às potências ocidentais e o mundo, Bashar al-Assad e
suas tropas impuseram uma derrota militar significativa, forçando os rebeldes apoiados
pelos americanos e países da União Europeia, (sob um fingido acordo mediado
pela Turquia) a debandarem-se da zona, deixando suas armas, esposas e filhos,
face a contundente realidade. Infelizmente, os civis são as principais vítimas,
das quais, as mulheres continuam a ser as prediletas para os soldados do
regime.
Na verdade, o suposto acordo dá a sensação de que se
pretende dividir o país, pois os rebeldes estão no leste da Província de Alepo.
Entretanto, bem mansinhos. Ora, a guerra na Síria é resultado de uma
manifestação popular (tal como ocorreu na Líbia, Egipto e Tunísia) iniciado
precisamente a 26 de janeiro de 2011.
O simples acto de protesto contra a governação de Assad
que substituiu seu progenitor que administrou o país por mais de 30 anos,
evoluiu negativamente para uma violenta revolta armada em 15 de março de 2011,
influenciados por outros protestos simultâneos no mundo árabe. Enquanto a
oposição alega estar lutando para destituir o presidente Bashar al-Assad do
poder para posteriormente instalar uma nova liderança mais democrática no país,
o governo sírio diz estar apenas combatendo "terroristas armados que visam
desestabilizar o país".
Com o passar do tempo, a guerra deixou de ser uma simples
"luta por poder" e passou também a abranger aspectos de natureza
sectária e religiosa, com diversas facções que formam a oposição combatendo
tanto o governo quanto umas às outras. Assim, o conflito acabou espalhando-se
para a região, atingindo também países como Iraque e o Líbano, atiçando,
especialmente, a rivalidade entre xiitas e sunitas.
Porém, face ao alastrar da situação aparentemente sem
fim, os soldados desertores e civis armados da oposição formaram o chamado
Exército Livre Sírio para iniciar uma luta convencional contra o Estado. Em 23
de agosto de 2011, a oposição finalmente se uniu em uma única organização
representativa formando o chamado Conselho Nacional Sírio.
A luta armada então se intensificou, assim como as
incursões das tropas do governo em áreas controladas por opositores. Os EUA e
os seus aliados da União Europeia declaram apoio aos rebeldes, inclusive, o
presidente Obama aventava uma acção militar norte-americana contra o regime sírio,
inconformada com a pretensão americana, a Rússia antecipou-se colocando meios e
homens no terreno, forçando assim os EUA a recuar. Desde então, Putin intensificou
as acções militares contra os rebeldes apoiados pelos americanos que agora se
revelam cansados de tanta luta diplomática na zona.
Ignorando os apelos ocidentais e das Nações Unidas, a
Rússia e o Irão manifestando força, continuaram a combater os rebeldes, onde
civis (homens, mulheres e crianças) não eram poupados. No entanto, ontem foi a
confirmação do poder russo sobre às potências ocidentais. O que é perigoso para
o mundo que insistentemente vai assistindo a queda das práticas democráticas. Se
a Rússia e o Irão decidirem continuar com as referidas acções em outros países
em que o povo pretenda demover os regimes (seus amigos), será o declínio de
nossas sociedades modernas e humanizadas.
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