DÍVIDA DA SONANGOL CONDICIONA NOVOS FINANCIAMENTOS – CONFESSA ISABEL DOS SANTOS

A Presidente do Conselho de Administração da petrolífera estatal, Isabel dos Santos, reconheceu, na manhã de ontem, em conferência de imprensa, que o incumprimento por parte da Sonangol dos convénios financeiros com os bancos resultou num conjunto de constrangimentos, que limitam o acesso ao financiamento programado para este ano.

Segundo a empresária que garantiu que a Sonangol começou já a cumprir com alguns compromissos, a dívida financeira da empresa para este ano já é estimada em 9,851 mil milhões de dólares.

Ainda assim, a administração da empresa tem necessidade de contrair novos financiamentos, tendo em atenção os compromissos financeiros firmados para 2016, ainda por financiar, de forma que a Sonangol possa cumprir os pagamentos até ao final do ano.

Acções prioritárias

Na ocasião, Isabel dos Santos referiu que o novo conselho de administração da empresa trabalha arduamente para garantir o cumprimento dos compromissos financeiros, já que estes determinam a capacidade da Sonangol de obter novos financiamentos, fundamentais para investir em novos projectos de campos petrolíferos, para evitar o declínio dos níveis de produção.

“Adicionalmente, e para manter a liquidez financeira da Sonangol e a estabilidade da economia angolana, temos trabalhado com o Banco Nacional de Angola e com o Executivo, para continuar a assegurar o acesso regular a divisas e, assim, o pagamento dos produtos refinados importados”, evidenciou, ao acrescentar que “de uma forma criteriosa e ponderada, estamos a reavaliar todos os investimentos e projectos”.

Em consequência, “estão suspensos (e não cancelados)”, conforme fez questão de sublinhar a PCA da Sonangol, os investimentos na Refinaria do Lobito e na estação de armazenamento de combustíveis da Barra do Dande, para reavaliação da visão estratégica e da viabilidade económica por parte da nova administração.
A Sonangol reconhece que os actuais desafios não resultam só da queda do preço de petróleo bruto, mas, fundamentalmente, da aplicação de uma política de investimentos questionável, ao longo dos últimos quinze anos, que não geraram o valor esperado para o Estado.

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